Aumento de ameaças cibernéticas atrai mercado para seguradoras

Após casos recentes de ransomware, contratações de seguro visando proteção de dados ganham novo fôlego no País a fim de oferecer mais suporte às companhias vítimas de ciberataques; setor médico é um dos mais visados

Compartilhar:

Segundo estudo recente da Grant Thornton, ataques cibernéticos custaram às organizações cerca de US$ 280 bilhões nos últimos 12 meses. Tal número, associado ao caso recente do WannaCry, está atraindo o interesse de seguradoras para este mercado que, segundo institutos de pesquisas, pode ultrapassar os US$ 20 bilhões até 2020.

 

Na visão de Thiago Lino, especialista de Cyber Risks da AIG Seguros, o mercado brasileiro só não é melhor hoje devido à baixa maturidade de segurança cibernética. “O caso do WannaCry serviu para introduzir melhor o tema e conscientizar empresários sobre os riscos atuais”, disse. Desde o fatídico dia em que 300 mil vítimas em mais de 150 países sofreram perdas significativas com o ransomware, a procura por seguro aumentou 270%.

 

“Ficou claro que o ransomware não atinge apenas o vizinho”, complementa Sergio Kogan, Sócio Líder Brasil Cybersecurity e Advisory Services da Ernst Young. “Muitas empresas aproveitaram essa oportunidade para conscientizar e conseguir mais investimento financeiro para proteção de dados”.

 

Embora o risco seja iminente em todos os segmentos de negócios, é o setor de Saúde o mais visado entre os cibercriminosos atualmente. “Health se tornou uma grande mina de ouro para os atacantes”, disse Kogan. Segundo ele, os dados médicos valem dez vezes mais que os financeiros na deep web, já que um número de cartão de crédito pode ser trocado; o histórico clínico de alguém não.

 

O preocupante é que numa escala de zero a cinco, o nível de maturidade em Segurança da Informação no setor de Health é de 2,31, muito baixa considerando a criticidade das informações dos pacientes. Para se ter uma ideia, estima-se que cerca de 120 pessoas acessem os dados de um único cliente ultimamente.

 

Na visão da seguradora, as apólices de risco cibernético são uma tendência em um mercado cada vez mais digital. Segundo executivos da AIG, grandes empresas já aderiram ao plano, que se responsabiliza pela segurança de dados pessoais, corporativos, de terceirizados, além de cobrir custos de defesa, investigação e restituição de imagem.

 

“Hoje, não é mais aceitável dizer que não soube como houve uma invasão, mas que irá investigar. Segurança da Informação não é um problema de tecnologia, mas uma solução de negócio, pois é o que traz o diferencial competitivo”, conclui Luiz Milagres, gerente de Ameaças Cibernéticas da Ernst Young.

 

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Destaques

Jaguar Land Rover confirma vazamento de dados em ciberataque

Em nova atualização sobre o incidente cibernético que paralisou fábricas e pontos de venda da montadora, foi informado que o...
Security Report | Destaques

Novas normas de SI do Bacen ampliam foco sobre Ecossistema seguro, apontam CISOs

Líderes de Segurança da Informação ligados ao sistema financeiro apoiaram as novas exigências de Segurança para que instituições financeiras possam...
Security Report | Destaques

J.Macêdo aposta em unificação de infraestrutura para reforçar segurança

Durante o Security Leaders Fortaleza 2025, empresa cearense destaca como modernizou suas operações para garantir continuidade produtiva e reduzir riscos...
Security Report | Destaques

“Não basta proteger sistemas, temos que garantir serviços digitais com segurança ao cidadão”, diz Prodeb

Durante o Security Leaders Fortaleza 2025, a Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) apresentou seu novo...