Brasileiros estão mais atentos à proteção de dados, aponta análise do GSI

Estudo encomendado pelo Gabinete de Segurança Institucional indica que a percepção geral dos brasileiros sobre a segurança de seus dados na internet aumentou nos últimos 3 anos. Descoberta é um incentivo para o setor comercial do país em busca de elevar as medidas de segurança e conscientização no combate às fraudes bancárias e comprometimento de informações

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O estudo de “Revisão da Capacidade de Segurança Cibernética” foi apresentado este mês ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI-PR) para demonstras as últimas alterações na percepção de maturidade Cyber no Brasil. Segundo os dados apresentados, é possível perceber melhoras especialmente na consciência da sociedade a respeito do cuidado com os dados pessoais, o que tende a gerar efeitos positivos no uso da rede pelos brasileiros.

 

O estudo foi organizado pela parceria do Escritório de Assuntos Exteriores do Reino Unido com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Centro Global de Capacidade de Segurança Cibernética (GCSCC). Esses entes organizaram, a convite do GSI, debates com diversos setores da economia brasileira ligada à Cibersegurança e TI, visando entender como o setor se movimentou nos últimos anos.

 

Segundo o relatório, as atividades de órgãos como a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a implementação e fiscalização da Lei Geral sobre o tema indicam que uma proporção cada vez maior de usuários possui habilidades para gerenciar sua privacidade online. Além disso, uma proporção limitada, mas crescente, de utilizadores da Internet tem um nível mínimo de conscientização em relação aos riscos de segurança cibernética e segue práticas seguras.

 

“A compreensão dos usuários sobre a proteção de informações pessoais online precisa de ser revista no contexto de uma nova Lei Geral sobre a Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que está amplamente alinhada com a GDPR da União Europeia. Entretanto, pela ausência de métricas ou estudos mais aprofundados, o nível de maturidade em relação aos internautas não pode ser avaliado como superior ao Formativo”, prossegue a análise.

 

Na visão do mercado de Cyber Security, a análise encomendada pelo GSI representa tanto um alívio quanto um incentivo para todas as organizações do terceiro setor econômico, permitindo compreender a necessidade de seguir esse investimento e a importância dele na continuidade do negócio e na proteção dos ativos econômicos de cidadãos e organizações.

 

“As compras na internet são fatores importantes à segurança cibernética, principalmente a proteção de dados pessoais do usuário. Entretanto, essa atenção deve ser redobrada em datas comemorativas devido ao número exacerbado de fraudes e golpes digitais. Em épocas como essa, o consumidor deve sempre estar alerta e tomar cuidado com as falsas promoções mapeadas por cibercriminosos”. Comenta, por fim, Paulo Trindade, Gerente de Inteligência de Ameaças Cibernéticas da ISH Tecnologia.

 

Combate às fraudes

A descoberta aponta ainda uma visível melhora na formação de cultura Cyber e de proteção de dados no país, em um contexto de cada vez mais dados fluindo entre diversos sistemas públicos e privados, especialmente no setor de comércio. Conforme dados do Serasa Experian, em 2023, mais de 10 milhões de tentativas de fraude foram registradas, com o setor bancário e de cartões representando a maioria dos alvos: cerca de 48%.

 

Na visão de Caio Rocha, Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, as empresas financeiras e de e-commerce tem buscado ampliar cada vez mais suas medidas de segurança, especialmente devido ao maior interesse dos clientes em transacionarem dessa forma. Todavia, sem o apoio dos próprios usuários, não será possível construir um ambiente mais seguro para os dados.

 

“Afinal, não existe uma ‘bala de prata’ contra a fraude ou qualquer receita pronta: o fluxo de camadas para esse fim deve ser construído levando-se em consideração o modelo do negócio, a exposição e tipos de risco, a regulamentação de cada segmento e, principalmente, a experiência do usuário – que deve ser minimamente impactada para não inviabilizar negócios”, afirmou o executivo.

 

Para um mercado dependente da confiança de seus usuários em consumir, especialmente em datas comemorativas como o Dia do Consumidor, neste dia 15 de março, englobar os indivíduos que navegam nas redes em suas estratégias de proteção, promovendo campanhas de conscientização e formação de cultura é essencial para seguir elevando este grau de maturidade.

 

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