Com mais de 24 anos de experiência, Leonardo Muroya se tornou um nome influente na Segurança da Informação (SI), vivenciando a evolução do papel do CISO como um dos pioneiros nesse potencial estratégico dentro das organizações. Agora, olhando para a trajetória dos líderes de SI, ele destaca que ainda existem desafios a serem vencidos antes que os profissionais realmente se entendam como parte crítica do negócio.
“Apenas o cargo não faz um C-Level. Nesse patamar da carreira, o trabalho passa a ser dialogar com outras áreas, entendê-las e falar a mesma língua que elas. Isso significa entender sua função estratégica e apresentá-la ao negócio e aos seus pares”, disse o executivo em entrevista à Security Report.
Muroya aponta que o maior desafio na SI continua na comunicação, e por isso, tanto os CISOs como os próprios times deles devem ser incentivados a quebrar seu molde técnico e absorver outras capacidades ligadas à gestão corporativa. Esse posicionamento faz o profissional ganhar musculatura para avançar dentro da hierarquia da empresa.
“O CISO precisa participar de programas, palestras e eventos que valorizem a atuação do profissional. Além disso, buscar consultorias e mentorias pode ser um diferencial para fortalecer os argumentos e a interação com outros C-levels, e o mesmo deve ser feito pelas suas equipes”, aconselha Muroya.
De CISO a CEO
Muroya deu um novo passo na carreira ao assumir o posto de CEO da Vultus, Consultoria focada em Cibersergurança, nesse segundo semestre. A sua ideia é aproveitar essa bagagem de conhecimentos técnicos e executivos a serviço da Segurança Cibernética. “Essa decisão foi tomada após longa reflexão. Com isso, percebi que o setor havia crescido com a transformação das empresas, tornado o CISO essencial nas pautas executivas”, explica o profissional que estará no Congresso Security Leaders Nacional liderando uma sessão exclusiva para C-Levels na Agenda Executiva.
A facilidade em dialogar com CISOs e entender suas demandas foi um dos principais motivadores desse novo desafio. “Quando fiz esse movimento, recebi muitos feedbacks positivos, com líderes se sentindo mais representados por alguém vindo da SI moldando as estratégias da Vultus em direção às necessidades do setor. Isso me deu confiança para seguir nesse caminho”, acrescentou.
Pilares da cibersegurança
À frente da Vultus, Muroya visa trazer uma abordagem focada nas reais necessidades dos CISOs, abrindo espaço para que eles se tornem, efetivamente, os executivos que almejam ser, e de que o negócio realmente precisa. Isso começa com a transformação da relação entre cliente e fornecedor.
Nesse sentido, a empresa baseia sua estratégia de atuação em quatro pilares: estratégia de governança, resiliência cibernética, proteção e integração. Esses tópicos, de acordo com Muroya, foram desenhados para simplificar o trabalho dos profissionais de SI, com visibilidade sobre os riscos e controle das soluções automatizadas.
“Os CISOs não podem esperar, no pior momento, que seu serviço falhe, pois a SI deixou de ser uma questão isolada. Ela é um ecossistema entre corporação, colaboradores e parceiros e, portanto, os líderes esperam o fechamento dessa lacuna entre o que é vendido e o que a Segurança, de fato, precisa”, conclui ele.