Ano da Computação Quântica: Como a tecnologia pode desafiar a Cyber em 2025?

A ONU anunciou este como o ano internacional da Ciência Quântica, como forma de incentivar debates internacionais a respeito de desafios gerados por essa nova tecnologia. Nesse sentido, especialistas em Segurança Cibernética apontam para a necessidade de estudar seus riscos com antecedência para tornar a tecnologia segura e viável

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A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que 2025 será o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, como forma de incentivar novos debates a respeito dos impactos dessa inovação sobre o mundo. Entre esses impactos, que devem gerar mais discussões nos encontros da instituição, envolve diretamente a Segurança Digital e a eficiência de senhas, meios de acesso e criptografias geradas por computadores clássicos. 

 

Conforme explica o Principal Technical Manager do CESAR, Fabio Maia, o momento em que a tecnologia estiver disponível a diversos atores tecnológicos significará também o questionamento de toda a estrutura de Segurança que se conhece hoje. Isso porque os algoritmos matemáticos que sustentam a criptografia clássica amplamente usada hoje poderiam ser expostos em questão de minutos. 

 

“Embora ainda exista muito hype a respeito da Computação Quântica, é fato que ela tem potencial para abalar frontalmente a Segurança, especialmente em redes de internet. Diversos recursos baseados em criptografia, desde internet banking até o WhatsApp, deixariam de ser seguros como hoje, e seria possível a um usuário se autenticar como se fosse outra de forma simples”, comenta Maia, em entrevista à Security Report. 

 

Dados os potenciais desafios, o especialista alerta ser essencial que empresas e países se debrucem sobre o tema, de modo a descobrir meios de responder a esse cenário desde já. A partir das mudanças trazidas pelo universo quantum, modelos de negócio e estratégias de Segurança precisarão ser repensadas por meio de maior alinhamento entre a Segurança Cibernética e os setores de inovação. 

 

Nesse sentido, o Diretor de Tecnologia da Redbelt Security, Leonel Conti, diz que uma boa prática adotada pelos líderes de SI é acompanhar e participar das discussões acerca do tema, informando-se frequentemente com especialistas para subsidiar futuros diálogos com os conselhos. Além disso, movimentar avaliações de risco quântico e inventariar ativos criptografados podem ser um diferencial das companhias no momento da transformação. 

 

“Independentemente da tecnologia, acredito que os processos e as pessoas seguirão essenciais mesmo na luta contra ameaças pós-quânticas. Por isso, a conscientização também precisará atuar na qualificação dos profissionais de TI sobre esses riscos, aplicando módulos específicos nos programas de treinamento. Isso vai garantir que os times estejam prontos para lidar com as complexidades que se aproximam”, acrescenta. 

 

Quantum em 2025 

A mobilização internacional em torno do tema, encabeçada pela ONU, também visa permitir que as eventuais ameaças geradas pela computação quântica não ameacem a necessária evolução nos estudos sobre a tecnologia. De acordo com Fabrício Viseli, Sócio-Diretor de Tecnologia e Inovação da CBYK, essas ações indicam que os usos da tecnologia amadureceram, e, portanto, é necessário que os indivíduos e a sociedade também se tornem mais maduras. 

 

“Nos próximos meses, podemos esperar avanços consistentes na busca por computadores quânticos mais estáveis e escaláveis, e o mercado deve assistir à consolidação de algoritmos pós-quânticos por parte de órgãos como o NIST, o que acelerará a adoção dessas novas criptografias em soluções corporativas. Assim, mais que correr para adotar qualquer novidade, o papel da liderança será antecipar riscos e garantir que a inovação esteja unida à responsabilidade e Segurança”, conclui Viseli.

 

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