Cibercriminosos exigem resgate milionário para Record TV

Invasores solicitaram R$ 45 milhões, mas não deram nenhum tempo máximo de resposta para o pedido de resgate. Além dos impactos no acervo de reportagens, os números em tempo real do Ibope não estão disponíveis para a emissora

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O ataque cibernético que afetou todo o acervo de reportagens, memória e quadros da Record TV no final de semana, ganhou um novo capítulo na tarde desta segunda-feira (10), assim como a mídia especializada já especulava, houve um pedido de resgate. Segundo o portal Notícias da TV, os cibercriminosos exigiram R$ 45 milhões para a emissora.

 

De acordo com informações divulgadas, a decisão sobre o pagamento está sendo analisada. Ao mesmo tempo, a equipe de TI da empresa tenta trabalhar para recuperar algumas áreas. O esforço inicial é para tornar a operação o mais próxima da normalidade e, quem sabe, barganhar um valor mais baixo com os cibercriminosos responsáveis pela invasão.

 

Os invasores não deram nenhum tempo máximo de resposta para o pedido de resgate. Junto com a sede da Record TV em São Paulo, filiais de Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e a Record News sofrem com os problemas causados pelo incidente. Além disso, os números em tempo real do Ibope não estão disponíveis na rede de Edir Macedo, ou seja, as reportagens estão indo ao ar sem nenhum tipo de estratégia e com base na comparação de audiência da concorrência.

 

Diante dos constantes ataques cibernéticos contra empresas dos mais variados setores e órgãos públicos, o resgate virou algo frequente no mundo do cibercrime. Em 2021, a JBS USA confirmou que pagou o equivalente a US$ 11 milhões de resgate após ataque de ransomware interromper a produção de carne na América do Norte e na Austrália. De acordo com o comunicado, no momento do pagamento, a grande maioria das instalações da empresa estavam operando normalmente.

 

“Foi uma decisão muito difícil de tomar para nossa empresa e para mim pessoalmente”, comentou Andre Nogueira, CEO da JBS USA na época do ocorrido. “No entanto, sentimos que essa decisão deveria ser tomada para evitar qualquer risco potencial para nossos clientes”, completa o executivo. Segundo ele, a JBS resolveu pagar o resgate a fim de mitigar qualquer problema relacionado ao incidente e garantir que nenhum dado fosse exposto.

 

Especialistas e profissionais de Segurança não recomendam o pagamento de resgate justamente para não alimentar a indústria do cibercrime. O recomendado neste caso é contar com esquema de contingência nos sistemas críticos e um centro de resposta a incidente maduro. Além disso, é importante entender e agir na causa raiz para que a empresa não sofra novamente um incidente.

 

Security Report entrou em contato com a Record TV, mas não obteve resposta sobre o assunto. Caso ocorra um pronunciamento, a reportagem será atualizada.

 

*Com informações do Notícias da TV 

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