Conforme a Pesquisa Global Digital Trust Insights 2024, aproximadamente 70% das empresas do setor de Saúde dizem que usarão a inteligência artificial generativa para defesa cibernética nos próximos 12 meses, sendo que 47% já estão usando a GenAl para detecção e mitigação de riscos cibernéticos. Além disso, 32% das empresas brasileiras de saúde que participaram da pesquisa PwC – 27ª CEO Survey de 2024 responderam que mudaram suas estratégias de tecnologia por causa da GenIA nos últimos 12 meses.
Os dados foram compilados pela Mirante Tecnologia no reporte “Transformação digital no setor da Saúde: Panorama atual e perspectivas”. A Mirante fez a análise com base em pesquisas de diferentes instituições, e também ouviu profissionais de diversas empresas de saúde do Brasil, indicando tendências e desafios das empresas da área da saúde.
Segundo a Grand Review Research, em 2023, o mercado global de cibersegurança registrou receita de US$ 17,3 bilhões, com uma taxa de crescimento anual composta de 18,4% entre 2024 e o ano passado. Para 2030, estima-se que a área atinja US$ 56,3 bilhões de valor.
Conforme o relatório, o Brasil não fica para trás, com o mercado nacional de cibersegurança apresentando um crescimento significativo, impulsionado pela crescente digitalização dos serviços de saúde e pela maior conscientização sobre os riscos cibernéticos. Com esta perspectiva, em 2023, o país registrou US$ 215,7 milhões de valor, e tem expectativa de atingir US$ 776,3 milhões em 2030.
“A gente fala da satisfação do paciente, satisfação do profissional de saúde e agora, mais do que nunca, da segurança dos dados. Temos uma preocupação enorme com essa questão que atualmente envolve várias camadas, da equipe de TI à equipe jurídica. Instituições de saúde sofrem milhares de tentativas de ataque por mês, bloqueadas pelas diferentes camadas de proteção. A transformação digital foi importante para melhorar a qualidade da segurança toda, assim como, adicionar processos e dar foco no assunto”, afirma Felipe Zezar Cabral, Gerente Médico de Saúde Digital no Hospital Moinhos do Vento, que participou do reporte feito pela Mirante.
Impactos da GenAI na saúde
Cada vez mais em alta, a inteligência artificial generativa também vem sendo foco do setor de saúde. Esta área da IA é capaz de gerar novos conteúdos, como texto, imagens e códigos, e tem ganhado destaque por sua capacidade de aprender com grandes volumes de dados. Segundo o relatório produzido pela Markets and Markets, o tamanho global do mercado de Inteligência Artificial na Saúde foi avaliado em US$ 20,9 bilhões em 2024. Até 2029, estima-se que alcance US$ 148,4 bilhões, registrando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 48,1%.
O crescimento do mercado de IA na saúde é impulsionado pela necessidade de reduzir custos, pela melhoria do poder de computação, além da crescente demanda de serviços de saúde aprimorados para atender os pacientes. Nos próximos três anos, as empresas também afirmam que a GenIA exigirá que a maioria da força de trabalho desenvolva novas habilidades; aumentará a intensidade competitiva do setor, e mudará significativamente a maneira como a empresa cria, entrega e captura valor.
Na prática, a tecnologia está sendo avaliada para ser utilizada no diagnóstico radiológico em oncologia, em aplicações não radiológicas, no diagnóstico de retinopatia diabética, em oftalmologia, além de sequenciamento de RNA e DNA para orientar a imunoterapia. “A gente vê um infinito muito alto quanto ao panorama de inteligência artificial. Estamos começando a ter maior análise de dados agora, já que temos um volume muito grande de informações para processar. Mas com certeza a IA veio para ajudar e facilitar a interação paciente, médico, além de otimizar processos”, declara Fernando Amorim, Gerente de Infraestrutura e Serviços no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
O reporte desenvolvido pela Mirante Tecnologia também aponta outros dados sobre desafios e perspectivas da transformação digital no setor da saúde, além de benefícios que a tecnologia está promovendo para a área, como a personalização de atendimento; melhora de eficiência operacional; redução de custos; e o aumento de segurança do paciente.