Zero Trust: tendência passageira ou resposta necessária?

A partir do princípio fundamental de “nunca confie, sempre verifique”, o Zero Trust está na linha de frente de uma mudança importante na segurança cibernética. A adoção desse modelo, que não faz distinção da localização, do usuário ou do dispositivo, deve ser realizada pelas empresas quanto antes

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Por Kelvin Vasques*

Com um cenário de ameaças cibernéticas cada vez mais dinâmico e sofisticado, certamente os negócios não podem adotar o conceito tradicional de “confiança implícita” quando falamos em cibersegurança. A premissa de que tudo em uma rede corporativa pode ser considerado automaticamente seguro está se tornando cada vez mais ultrapassada e perigosa. Diante das complexidades do mundo digital atual, as organizações necessitam de uma estratégia proativa e resiliente para estabelecer novos padrões de segurança aos negócios.

 

O Zero Trust é um método que estabelece uma nova forma de agir em relação à proteção de dados e sistemas críticos, considerando tecnologias, políticas e processos, para redes mais simples ou complexas. Ela se torna especialmente importante considerando a ascensão do digital, o aumento do trabalho híbrido ou remoto e a implementação de tecnologias emergentes altamente descentralizada nos ambientes corporativos, como dispositivos de Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Nuvem. Essas mudanças aumentam as superfícies de ataques e ampliam, e muito, as vulnerabilidades nos negócios. Com isso, modelos de segurança usuais que pressupõem uma confiança automática a tudo no perímetro da rede corporativa não são mais aceitáveis e precisam ser verificadas.

 

A partir do princípio fundamental de “nunca confie, sempre verifique”, o Zero Trust está na linha de frente de uma mudança importante na segurança cibernética. A adoção desse modelo, que não faz distinção da localização, do usuário ou do dispositivo, deve ser realizada pelas empresas quanto antes. O Zero Trust vai além de uma simples segurança e passa pela criação de uma arquitetura que verifica continuamente o status e as atividades cibernéticas. Com isso, cada tentativa de acesso, seja de um dispositivo, usuário ou aplicativo, é validada e verificada, sem importar a sua origem. Isso garante que todo acesso às informações da organização seja tratado com o mesmo nível de rigor e precaução para manter o ambiente monitorado contra qualquer ameaça.

 

Soluções de Zero Trust Network Access fornecem o caminho ideal para implementar essa segurança avançada a partir de modernas tecnologias e iniciativas que permitem, por exemplo, mapear a rede e os fluxos de dados para compreender como as informações se movem na organização e quem ou o que precisa de acesso a eles. A partir do Zero Trust Network Access, é possível delimitar qual dispositivo o usuário terá acesso a um determinado recurso ou aplicação na rede, mantendo monitoramento contínuo de seu comportamento.

 

Dessa forma, a organização garante que os colaboradores, também constantemente validados por ferramentas de autenticação multifator, acessem somente o que é efetivamente preciso para o seu trabalho, evitando riscos desnecessários de exposição de dados e outros ativos. Essa segmentação de acessos reduz a superfície de ataque aos sistemas e limita a capacidade dos hackers de se moverem de forma livre dentro da rede da organização, caso eles consigam invadir parte dela. Além disso, proporciona uma maior visibilidade da rede, aumentando a capacidade de detectar e responder rapidamente a intrusões e comportamentos anômalos. Com isso, a complexidade no gerenciamento da arquitetura de rede é diminuída, tornando o monitoramento e o controle do tráfego mais ágeis e eficientes.

 

A implementação do Zero Trust deve ser minuciosa e requer adaptação e esforço conjunto da equipe de TI e de todos os colaboradores das companhias. É necessário adotar políticas de acesso bem definidas, que sejam revisadas e atualizadas constantemente, para assegurar um controle de segurança alinhado às reais demandas dos usuários. Da mesma forma, a comunicação e sinergia interna são essenciais para o sucesso da iniciativa. As políticas de segurança só serão eficazes se forem compreendidas e seguidas pelos funcionários, promovendo uma cultura de segurança dentro da organização. Desse modo, por meio de uma abordagem robusta e adaptativa, é possível mitigar técnicas usuais de intrusão direcionadas a colaboradores para atacar os sistemas.

 

Os avanços para um mundo conectado pedem respostas às ameaças emergentes. Zero Trust não é apenas uma tendência passageira; é uma resposta necessária ao ambiente de ameaças cibernéticas cada vez mais complexo. A partir do modelo Zero Trust de cibersegurança, é possível agir e preparar as companhias para um futuro digital mais protegido e resiliente. As empresas que adotam o Zero Trust como uma estratégia aliada estão, definitivamente, à frente na proteção de seus ativos e na segurança de seus negócios.

 

*Kelvin Vasques é QA Manager da Blockbit

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