Diante da acelerada digitalização de processos e do aumento de golpes no ambiente digital, as organizações se tornaram mais uma ferramenta na mão dos fraudadores. De acordo com a ClearSale, o uso de empresas para tentativas de fraude cresceu 102% durante a pandemia.
Segundo o levantamento, a pandemia gerou uma grande quantidade de novos empreendedores. Segundo o Sebrae, foram mais de 2,6 milhões de novos microempreendedores individuais criados em 2020. Diante disso, abriu-se um novo nicho de mercado para as empresas buscarem clientes e, como consequência, criou-se possíveis brechas que são aproveitadas por fraudadores.
“Muitos dados de empresas são públicos e podem ser achados facilmente em sites da Receita Federal, por exemplo. Com isso, acabam usados indevidamente para tentar adquirir um produto ou serviço. Alguns fraudadores investem mais esforços e chegam a criar empresas em nome próprio ou em nome de “laranjas” com o intuito de conseguir dinheiro sem gerar negócio, prejudicando empresas legítimas”, afirma Henrique Braga Martins, Head de Fraude Empresarial da ClearSale.
Ainda segundo o estudo, neste caso, as microempresas são ainda mais atrativas. Mesmo com alguns empecilhos como, por exemplo, um limite de crédito menor nos bancos, a menor complexidade nos processos desde a criação de um MEI até a aquisição de um serviço ou produto facilitam a ação dos golpitas.
“Outra prática comum é a compra de empresas falidas para ter acesso ao histórico delas ou a criação de empresas chamadas ‘aquecidas’. No início, o fraudador faz alguns negócios lícitos para parecer uma companhia legitima e, depois de algum tempo ou numa manobra mais rentável, começam a aplicar golpes”, conclui o executivo.