Um terço dos brasileiros ignora termos de uso de apps para não perder tempo

Devido a esse afastamento das regulação mais importantes para o funcionamento do aplicativo, a maioria dos usuários perde acesso às políticas de segurança de dados, das políticas de recolhimento das informações para outros fins e mesmo do compartilhamento com terceiros

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Segundo dados do Teste Nacional de Privacidade (NPT), referentes a todo o ano de 2024, 37% dos brasileiros não prestam atenção a quaisquer termos de políticas de aplicativos ou serviços online porque não querem perder tempo com extensas informações jurídicas. A publicação foi feita pela NordVPN com a chegada da Semana da Privacidade de Dados.

 

Devido a isso, infelizmente,  63% ignoram as políticas de segurança de dados, 54% ignoram as políticas de partilha de dados com terceiros e 56% nunca leem as políticas de recolha de dados. Considerando que o usuário médio de smartphones possui mais de 80 aplicativos instalados, o potencial para violações de dados é significativo.

 

“Ao contrário dos ativos físicos, os dados podem ser copiados, roubados, danificados ou vendidos sem deixar vestígios visíveis, representando sérios riscos financeiros e de reputação. Os aplicativos são muitas vezes o principal canal através do qual essas informações pessoais confidenciais são perdidas, devido a permissões despercebidas, atualizações perdidas, software malicioso e compartilhamento não autorizado de dados”, diz Adrianus Warmenhoven, especialista em segurança cibernética da NordVPN.

 

A disponibilidade de aplicativos nas principais plataformas é impressionante. A Apple Store oferece atualmente cerca de 1,8 milhão de aplicativos, enquanto a Google Play Store tem cerca de 3,3 milhões de aplicativos disponíveis para download. Com tanta escolha, pode ser fácil ignorar perigos potenciais.

 

Curiosamente, os indivíduos mais jovens, com idades entre os 15 e os 29 anos, mostram menos interesse na leitura de termos e condições do que as gerações mais velhas. No entanto, em todas as faixas etárias, a maior percentagem de indivíduos está interessada em políticas relacionadas com a partilha de dados com terceiros.

 

Em contrapartida, a situação com as permissões de aplicativos mostra mais cautela. Apenas 4% dos brasileiros concedem aos apps acesso irrestrito a funções como localização, microfone e contatos. A maioria, 91%, permite apenas o acesso necessário para a funcionalidade do aplicativo.

 

Além disso, atrasar atualizações de software ou aplicativos pode parecer inofensivo, mas 30% dos brasileiros as adiam regularmente, expondo-se a riscos. “As atualizações de software são cruciais, pois corrigem falhas de segurança e protegem seus dados. Ao manter seu software atualizado, você não apenas protege seus próprios dados, mas também protege seus contatos de possíveis ataques de phishing lançados por meio de vulnerabilidades em seus aplicativos desatualizados”, diz Warmenhoven.

 

De acordo com outro estudo da NordVPN, quase 87% dos aplicativos Android e 60% dos aplicativos iOS solicitam acesso a funções do dispositivo não relacionadas às suas necessidades reais.

 

“A maioria dos usuários concede essas permissões sem ler os termos e condições, permitindo inadvertidamente que esses aplicativos os espionem. Isto pode levar a fugas de dados e ao roubo de informações pessoais, que podem ser utilizadas contra os seus interesses”, afirma Warmenhoven.

 

Para proteger a privacidade das pessoas nos aplicativos, Adrianus Warmenhoven oferece medidas preventivas:

 

Sempre baixe aplicativos de lojas oficiais, pois os não oficiais podem não verificar a segurança dos mesmos antes da publicação, aumentando o risco de modificações por criminosos.

 

Familiarize-se com as permissões de dados exigidas pelos aplicativos. Revise e ajuste essas permissões conforme necessário, especialmente aquelas sensíveis, como acesso à câmera, microfone, armazenamento, localização e lista de contatos.

 

Antes de baixar qualquer aplicativo, leia sua política de privacidade para entender quais informações serão rastreadas e compartilhadas com terceiros. Se o nível de privacidade for insatisfatório, considere uma alternativa.

 

Limite o acesso à localização apenas ao usar o aplicativo e evite usar contas de redes sociais para fazer login, pois isso pode permitir a troca desnecessária de dados.

 

Exclua todos os aplicativos que você não usa mais para evitar que coletem dados em segundo plano.

 

O Teste Nacional de Privacidade é uma pesquisa de acesso aberto, permitindo que qualquer pessoa de todo o mundo faça o teste e compare seus próprios resultados com os globais. Em 2024, 33.562 entrevistados de 181 países responderam a 23 perguntas que avaliaram suas habilidades e conhecimentos sobre privacidade online.

 

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