Tendências da Black Hat USA 2024: O que acontece em Vegas não fica em Vegas

O evento direcionado a especialistas e líderes de Segurança da Informação revisitou diversos temas essenciais e em destaque na atualidade da Cyber, como inteligência Artificial, Segurança pós-quantum e as novas ameaças do ciberespaço. Nessa coluna de estreia, o Executivo de TI no Governo do Estado de São Paulo, Julio Signorini, disseca cada uma das tendências que devem pautar a SI pelos próximos meses

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Por Julio Signorini*

Direto de Las Vegas/NV, entre os dias 3 e 8 de agosto, a Black Hat USA 2024 provou-se novamente como um dos principais pontos de encontro para discussões sobre segurança cibernética. Com um público enlouquecido por novidades e um line-up pesadíssimo, o evento apresentou as últimas tendências, vulnerabilidades e ferramentas que vão moldar o futuro da cibersegurança.

 

Este ano, a vibração típica do evento trouxe à tona algumas questões “calientes”, gerando debates intensos e insights valiosos. Nestes casos, “o que acontece em Vegas NÃO fica em Vegas”:

 

Inteligência Artificial Generativa e seus desafios: Ferramentas de IA generativa, como ChatGPT, Gemini e DALL-E 2, foram o centro das atenções. A tecnologia foi discutida por seu potencial tanto na automação de tarefas e fortalecimento da cibersegurança quanto na criação de novos riscos. Os speakers exploraram como a IA generativa pode ser uma faca de dois “legumes”, sendo tanto uma ferramenta para ataques sofisticados quanto uma aliada fundamental na defesa.

 

O Boom da CrowdStrike (não no bom sentido): O problema enfrentado pela CrowdStrike em junho deste ano, devido a uma tal atualização problemática, virou uma aula ao vivo. Especialistas detalharam o ocorrido, destacando a importância de resiliência, testes rigorosos, planos de contingência e comunicação clara com clientes, parceiros e demais envolvidos.

 

Segurança na Era Pós-Quântica: Nada de Homem-Formiga por aqui, mas a computação quântica, embora uma realidade promissora, tem o potencial de abalar os alicerces criptográficos atuais. Discussões abordaram a urgência de se preparar para essa realidade, buscando algoritmos à prova de computação quântica para salvaguardar dados.

 

Guerra Cibernética Em Alta: Em meio a tantas tensões geopolíticas, a guerra cibernética e os ciberataques patrocinados por governos estiveram em pauta, destacando a importância da segurança nacional e da proteção de infraestruturas críticas. A Black Hat USA 2024 reuniu uma galera super capacitada, que compartilhou estratégias e ferramentas para defesa contra ataques cada vez mais sofisticados.

 

Evolução das Ameaças Cibernéticas: Com ransomware, phishing e vulnerabilidades zero-day em constante ascensão, o evento ofereceu uma visão aprofundada sobre novas técnicas de ataque e defesa. As discussões reforçaram a importância da detecção e resposta efetivas, além de uma abordagem de “segurança em camadas” e cooperação entre setores público e privado.

 

Em mais um ano recheado de megaeventos, a Black Hat USA 2024 reafirmou sua posição como um verdadeiro catalisador de ideias e intercâmbio de conhecimentos na batalha contra o cibercrime. As parcerias e lições daqui servem (e servirão) de alicerce na luta contínua contra o “submundo” cibernético e as ameaças que evoluem aceleradamente.

 

*Julio Signorini é Executivo de TI no Governo do Estado de São Paulo, Especialista em Cybercrime & Cybersecurity, com MBAs em Gestão de Projetos de TI, Big Data, Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica & Propriedade Intelectual e Gestão Pública. O executivo de TI tem mais de 17 anos de experiência, liderando iniciativas de inovação, transformação digital, gestão estratégica, cibersegurança e ESG, sempre com foco na redução de custos e otimização de processos.

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