Dados do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian revelaram que o Sudeste do país registrou 392.177 investidas criminosas malsucedidas em janeiro de 2024. São Paulo foi o alvo preferido dos golpistas, com a maioria das investidas criminosas (230.984).
Na visão nacional, o mês de janeiro registrou uma investida golpista a cada 3,3 segundos no Brasil, totalizando 811.723 ocorrências no mês. Em comparação ao mesmo período de 2023, a queda foi de 11,3%.
“Embora o índice tenha baixado no mês em questão, é crucial que as empresas mantenham a vigilância contra possíveis golpes. Nesse sentido, a proteção em camadas é a mais recomendada, pois não há uma bala de prata única e infalível contra todos os tipos de fraudes. O essencial é autenticar o usuário com soluções pertinentes ao longo de toda a jornada, seja na abertura de conta, login ou transação. ”, analisa o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.
No destaque por setores, “Bancos e Cartões” seguiu como alvo favorito dos criminosos para tentativas fraudulentas (50,8%), seguido por “Serviços” (35,1%), “Financeiras” (9,6%), “Varejo” (3,3%) e “Telefonia” (1,3%). Em relação às idades, os cidadãos de 36 a 50 anos foram os que mais tiveram incidência das ocorrências (35,9%).
Estados do Sudeste e do Sul lideraram as seis primeiras posições do ranking de regiões com maior incidência das tentativas de fraude em janeiro de 2024. A variação anual revelou queda no número de ocorrências golpistas em todos os estados, com destaque para Rio Grande do Norte, Bahia e Espirito Santo.
A média de janeiro foi de 3.741 tentativas de fraude a cada um milhão de habitante em 2023, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, sendo o Distrito Federal a Unidade Federativa com a maior incidência (6.211).
Precauções dos consumidores
Na visão dos especialistas da Serasa Experian, tanto consumidor quanto empresa devem assumir algumas práticas visando evitar a propagação bem sucedida desses golpes. Para os consumidores, é essencial garantir que documentos, celular e cartões estejam seguros e com senhas fortes para acesso aos aplicativos.
Além disso, é necessário ser cauteloso com ofertas de produtos e serviços, como viagens, com preços muito abaixo do mercado. Nesses momentos, é comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar coletar informações e dados de cartão de crédito, senhas e informações pessoais do comprador.
A atenção deve incluir links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminam os dispositivos com comandos para funcionarem sem que o usuário perceba. As chaves Pix também devem ser cadastradas apenas em canais oficiais dos bancos, como aplicativo, Internet Banking ou agências.
Precauções das empresas
Já no caso das empresas, com a aceleração da adoção de canais digitais na vida dos consumidores, a tendência é aumentar os investimentos em métodos de soluções antifraude e tecnologias sofisticadas ao longo da jornada do cliente, para que a segurança da operação seja garantida, com o mínimo de atrito possível em sua experiência.
Outro foco de investimentos é em soluções de antifraude em camadas. Não existe uma bala de prata que funcione para todos os casos. Por isso, é importante munir o seu negócio com tecnologias de ponta que, combinadas, ajudem a blindar todas as etapas da jornada do seu cliente.
Contar com uma base de dados do cliente é essencial para reforçar a segurança de operações online. Nesse quesito, ter acesso a um cadastro atualizado dos consumidores, no qual é possível checar a veracidade das informações fornecidas no momento de uma compra, por exemplo, é uma estratégia para reduzir os riscos na hora de vender. A confirmação cadastral pode identificar tentativas de fraudes, sinalizando situações suspeitas, como divergências de dados do cliente com as que constam de outras bases de dados confiáveis.
Por fim, recomenda-se construir camadas preditivas de antifraude, principalmente as que realizam a análise comportamental dos seus clientes e usuários. Assim, a companhia pode avaliar o histórico do consumidor no mercado, status do seu CPF ou CNPJ, os seus hábitos e a existência de pendências em seu nome, por exemplo.