Sua voz é segura?

Como a informação está cada vez mais fácil de ser acessada e compartilhada, principalmente com os dispositivos comandados por voz, a SI também se torna cada vez mais importante neste ambiente

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*Por Waldo Gomes

 

Os últimos anos foram marcados pela aceleração da tecnologia. Esse processo transformou a economia, o mercado de trabalho e, até mesmo, o comportamento dos consumidores B2B e B2C. Sendo assim, uma das tecnologias mais adotadas por todos é o machine learning, que compreende os dispositivos capazes de responder aos comandos de voz e, conforme o uso, aprendem os hábitos e oferecem respostas cada vez mais inteligentes e precisas.

 

Alguns estudos evidenciam tal afirmação. De acordo com o relatório da consultoria inglesa Juniper Research, estima-se que existirão oito bilhões de assistentes de voz em uso até 2023. Porém, mesmo com toda a facilidade que adicionam em nosso cotidiano, trazem perigos.

 

Em um mundo em que a população adere cada vez mais a dispositivos, como a Alexa ou o Google Assistente, podemos começar a nos questionar se a nossa voz está realmente segura.

 

Há cerca de dois anos, o Security Research Labs (SR Labs), grupo de pesquisa e consultoria de hacker alemão, já havia realizado testes com ataques de phishing e de escuta passiva, com o objetivo de testar a vulnerabilidades da segurança dos dispositivos que funcionam por voz.

 

Ao final, a equipe acabou alertando as empresas pioneiras nesta tecnologia sobre os riscos da segurança dos assistentes virtuais para a privacidade dos usuários. Entretanto, desde lá, cada vez mais pessoas têm aderido à voz em suas atividades cotidianas sem ter a real consciência de que a invasão cibernética pode ocorrer com a instalação de programas ou abertura de arquivos desconhecidos.

 

Nos assistentes virtuais, essa ação é mais fácil e rápida, pois sem o recurso visual, fica difícil identificar quais são esses materiais externos. Afinal, os dispositivos por voz podem apenas falar que chegou uma atualização ou um e-mail novo que ao pronunciar “aceitar” ou “abrir”, a segurança pode estar ameaçada.

 

O problema se torna ainda maior quando pensamos que os dados das companhias também podem ser afetados. Isso porque o machine learning pode ser usado tanto para o uso pessoal, como dentro das empresas e relatórios já mostram que ele é uma tendência para o mercado.

 

A pesquisa global do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) que reuniu 350 executivos do Brasil, China, Estados Unidos, Índia e Reino Unido, levantou dados do setor já para este ano de 2021. O estudo mostrou que os dispositivos por voz serão uma das tendências para as empresas, juntamente a Inteligência artificial (IA), o 5G e a Internet das coisas (IoT).

 

As empresas que oferecem os sistemas por voz estão constantemente identificando erros e falhas na segurança. Para evitar as brechas, além de procurar saber quais são os documentos que serão abertos ou aceitos, é importante conhecer bem o dispositivo ou sistema obtido, a rede Wi-Fi em que ele está conectado, bem como proteger os dados com senha e executar atualizações que aumentem a segurança de todos os aparelhos conectados.

 

Hoje, a informação está cada vez mais fácil de ser acessada e compartilhada, principalmente com os dispositivos comandados por voz. Com isso, a segurança da informação também se torna cada vez mais importante. A boa notícia é que já existem diversos sistemas e empresas que oferecem serviços completos para a proteção cibernética, tanto para pessoas físicas quando para as grandes empresas.

 

A voz, que é algo tão simples, facilita a nossa rotina ao mesmo tempo que pode ser tão danosa.

 

*Waldo Gomes é diretor de marketing e relacionamento da NetSafe Corp 

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