SI para a IA, IA para a SI: como equilibrar os dois lados dessa inovação?

Durante o Check Point Engage Brasil 2025, companhia apresenta estratégia baseada em malha híbrida e alerta para o uso não supervisionado da IA, que amplia vulnerabilidades e exige respostas mais ágeis das organizações

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Após o boom inicial da inteligência artificial generativa, com foco em inovação e ganhos de produtividade, o setor de segurança cibernética enfrenta agora uma nova realidade: menos hype e mais responsabilidade. Essa foi a mensagem central do evento promovido pela Check Point Software, que reuniu hoje (17) em São Paulo executivos e especialistas para discutir os riscos crescentes em um cenário de adoção massiva de IA. 

 

Segundo a companhia, o avanço acelerado da tecnologia exige um novo olhar estratégico, tanto na prevenção quanto na mitigação de ataques. Um dos alertas veio de Eduardo Gonçalves, Country Manager da Check Point no Brasil, que destacou a facilidade com que atacantes conseguem explorar sistemas com o apoio da inteligência artificial. “Se o atacante tiver acesso à IA e má intenção, pode invadir sem precisar de conhecimento técnico avançado”, apontou. 

 

Na visão do executivo, a combinação da IA com a Cibersegurança cria um cenário de dupla face: por um lado, a IA pode ser utilizada para fortalecer as defesas, identificando padrões e anomalias que podem indicar uma ameaça. Por outro, ela também pode ser usada para automatizar ataques e aumentar a eficiência dos cibercriminosos. Eduardo Gonçalves destacou que os CISOs do Brasil enfrentam o desafio de aplicar, de fato, essa ferramenta sem perder a segurança dos seus sistemas.  

 

O executivo destacou a dificuldade em formalizar o uso da Inteligência Artificial dentro das equipes corporativas, apontando o fenômeno do shadow AI como uma ameaça concreta à Cibersegurança. Além disso, ressaltou os desafios em padronizar políticas de segurança e orçamentos para serviços, já que cada organização possui demandas e realidades distintas. 

 

Avi Rembaum, presidente de Technical Sales Americas da Check Point, reforçou que o maior obstáculo hoje está na velocidade de resposta frente aos ataques baseados em IA e no uso da própria tecnologia como ferramenta de defesa. “As empresas não têm como aplicar patches constantemente nem investigar a fundo cada incidente. Tudo acontece muito rápido. O hacker é mais ágil: ataca e parte para o próximo alvo”, alertou. 

Malha híbrida

Nesse contexto, a Check Point aposta na implementação de uma “malha híbrida” de segurança — abordagem que integra diferentes camadas de defesa, como firewalls tradicionais, proteção em nuvem e segurança de aplicações web. A proposta é endereçar a complexidade da infraestrutura atual de TI, mantendo uma postura proativa frente às ameaças crescentes, especialmente em um cenário onde vulnerabilidades já conhecidas continuam sendo exploradas com velocidade cada vez maior. 

 

A proposta da Check Point é centralizar a gestão da segurança de rede, mantendo ao mesmo tempo procedimentos adaptados às especificidades de cada ambiente, dispositivo ou sistema. Segundo Eduardo Gonçalves, a plataforma foi desenhada para ser aberta e interoperável, permitindo que outras organizações integrem suas operações de segurança e ampliem suas estratégias de proteção. 

 

“Se cada cliente precisar desenvolver sua própria IA para integrar as ferramentas de diferentes fornecedores, o resultado será um ecossistema fragmentado, com aplicações que não se comunicam entre si. Acreditamos que cabe a nós, como representantes da indústria de Cibersegurança, resolver esse problema”, conclui o executivo. 

 

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