O último painel da 7ª edição do Security Leaders, maior evento de Segurança da Informação da América Latina, teve como tema “Segurança Cognitiva é a nova fronteira?”. Renato Opice Blum, coordenador da comissão de estudos de direito digital do Conselho Superior de Direito da FecomercioSP, comandou o bate-papo com a presença de especialistas que discutiram quais as tendências e desafios da inteligência artificial e a inteligência legal.
Sandra Cristina Bernardo, diretora da Grant Thornton Brasil, ressaltou durante sua apresentação que hoje há muitas regulamentações – e todas elas se aplicam para as empresas dentro do Brasil. “O uso da inteligência artificial pode ser a resposta para muitos questionamentos. Se ela for bem utilizada, pode auxiliar o setor de compliance das empresas, mas isso não quer dizer que pode substituir o trabalho humano”.
Watson, tecnologia cognitiva que processa informações mas com um viés humano, poderá ajudar os analistas de segurança a identificar, deter as ameaças e os falsos positivos. “A segurança cognitiva pode mudar os paradigmas no combate aos crimes cibernéticos. O grande diferencial é que nós tomamos as decisões”, observou Afonso L. Coelho, associate partner da IBM Security.
E será um desafio intenso trabalhar com sistemas que possuem uma alta capacidade de links de comunicação e que estão cada vez mais sofisticados. “Caminhamos para um cenário com máquinas utra inteligentes. O trabalho será árduo, mas acredito que o resultado muito gratificante”, afirma Antonio Carlos Alves Braga Jr., juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Mas tanta tecnologia vai trazer dor de cabeça no futuro em relação à segurança. O risco de sofrer um ataque sempre será iminente, principalmente quando se fala da autonomia das máquinas. “A criação se voltará contra o criador. Eu fico pensando: o que as máquinas vão fazer num futuro próximo? Quais serão os seus objetivos? O cenário geral é preocupante, principalmente quando a máquina passar a fazer algumas atividades que somente os seres humanos desenvolviam”, opina Cristina Sleiman, presidente da comissão especial de educação digital da OAB – SP.