Relatório: Ciberataques globais seguem em níveis elevados e Brasil está entre os mais expostos

Os pesquisadores relatam que ataques cibernéticos globais atingiram o volume de quase 2.000 por semana por organização em agosto; no Brasil, os ciberataques ultrapassaram os 2.800

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A Check Point Research publicou o Relatório Global de Inteligência de Ameaças referente a agosto de 2025, destacando que organizações em todo o mundo enfrentaram em média 1.994 ataques cibernéticos por semana. Embora isso represente uma queda de 1% em relação a julho deste ano, significa um aumento de 10% ano a ano, reforçando que o cenário global de ameaças cibernéticas permanece em níveis historicamente elevados. No caso do Brasil foram registrados, em média, 2.822 ataques cibernéticos semanais por organização.

 

A pesquisa mostrou que esses resultados evidenciam a exposição do país no cenário global de ameaças e reforçam a necessidade de políticas de proteção e medidas preventivas mais robustas, além de acompanhamento contínuo para frear tanto o ransomware quanto outras práticas de ataque cibernético.

 

Segundo o relatório, o setor de educação foi novamente o mais visado globalmente, registrando uma média de 4.178 ataques semanais por organização no último mês (aumento de 13% ano a ano). Isso reflete tanto a contínua digitalização do setor, que amplia a superfície de ataque, quanto suas defesas de cibersegurança tradicionalmente subfinanciadas, tornando-o um alvo fácil para os agentes de ameaça.

 

As empresas de telecomunicações no mundo, vitais para a conectividade de negócios e consumidores, sofreram 2.992 ataques semanais (aumento de 28% ano a ano), destacando seu papel como infraestrutura crítica e também como porta de entrada para alvos subsequentes.

 

Já as instituições governamentais, foco constante de cibercriminosos e atores estatais, registraram 2.634 ataques semanais (aumento de 3%), enquanto a agricultura enfrentou o crescimento mais dramático, de 101% ano a ano, com 1.667 ataques, sublinhando o interesse dos atacantes em explorar cadeias globais de suprimento e a segurança alimentar. No Brasil, os setores que mais sofreram com ciberataques em agosto passado foram primeiramente o Governo (4.649 ataques semanais por organização), seguido por Telecomunicações (2.478) e Educação (1.855).

 

Escalada do ransomware

 

O ransomware continuou sendo um vetor de ameaça extremamente disruptivo, com 531 incidentes públicos relatados globalmente em agosto, um aumento de 14% ano a ano. A América do Norte foi a região mais atingida, respondendo por 57% dos casos reportados, seguida pela Europa, com 24%.

 

Por setor, a manufatura (13,6%), os serviços empresariais (11,9%) e o setor de construção e engenharia (10,4%) sofreram o maior impacto. Outros setores, incluindo saúde, bens de consumo e serviços financeiros, também foram significativamente afetados.

 

“Diante do crescimento do ransomware e da velocidade que a inteligência artificial imprime aos ataques, torna-se imprescindível adotar uma estratégia de prevenção em primeiro lugar, apoiada por IA. É fundamental que as organizações avancem além da simples detecção e implementem mecanismos de prevenção em tempo real, capazes de proteger de forma integrada a rede, a nuvem, os endpoints e as identidades. Somente assim será possível fortalecer a resiliência organizacional e garantir a continuidade de serviços críticos frente a ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas”, afirmou Omer Dembinsky, gerente de Pesquisa de Dados da Check Point Research (CPR).

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