* Bruce Snell
Provavelmente seus feeds de notícias nas redes sociais foram bombardeados com informações sobre Pokémon nestes últimos dias. Se você está se perguntando o porquê, é devido ao lançamento do jogo Pokémon Go, no último dia 7 de julho. A novidade coloca o jogador na função de treinador Pokémon, viajando pelo mundo para encontrar novos Pokémons (uma abreviação de “pocket monsters”, ou monstros de bolso) para capturar. Ao contrário das versões anteriores (os últimos dois jogos de Pokémon venderam mais de 25 milhões de cópias), esta versão é um aplicativo de “realidade aumentada”, que opera como uma sobreposição ao Google Maps. Em vez de usar um controle para mover seu personagem pelo jogo, o jogador se movimenta na vida real para controlá-lo. Viu um Pokémon na rua da sua casa? Dê uma caminhada e vá pegá-lo! O jogo é uma forma excelente de fazer as pessoas saírem de casa e se manterem ativas. Mas, às vezes, elas podem ficar muito concentradas na tela e deixarem de prestar atenção no mundo a sua volta, enquanto rastreiam um novo Pokémon para a batalha.
Perigos do mundo real
Infelizmente, não foram só os jogadores que tomaram conhecimento da popularidade do jogo. Em menos de dois dias após o lançamento para iOS, a polícia do Missouri, nos Estados Unidos, declarou que há uma investigação em curso sobre uma série de assaltos à mão armada em que os criminosos colocaram um sinalizador no jogo para atrair os jogadores para uma área afastada, com o objetivo de assaltá-los. A polícia informou que houve vários assaltos à mão armada em utilizando esta técnica. Iscas virtuais para vítimas do mundo real! O jogo também pode motivar mais crimes tradicionais.
Clones infestados de malware
Normalmente, um jogo é lançado em datas diferentes pelo mundo. Isso é feito para ajudar a reduzir o impacto do dia do lançamento nos servidores do jogo. O Pokémon Go seguiu esta estratégia ao não ser disponibilizado em todas as lojas de aplicativos no primeiro dia. Os criadores de malware foram muito rápidos para tirar vantagem disso e um clone do jogo infestado de malware foi encontrado na internet. Esta versão infectada pode fazer qualquer coisa, desde roubar mensagens SMS, logs de chamadas, listas de contatos, histórico do navegador, geolocalização e aplicativos instalados para executar comandos remotamente, até tirar fotos, gravar vídeos e chamadas ou enviar mensagens SMS sem o consentimento do usuário.
Como ser um jogador cauteloso
Há algumas dicas que merecem atenção prioritária antes de começar a jogar.
• Preste atenção em seus arredores. As pessoas tendem a olhar para suas telas enquanto estão caminhando, o que pode levar a situações muito perigosas. Junte isso à diversão de rastrear um novo Pokémon e a distração se torna ainda maior. Mantenha-se constantemente atento aos seus arredores. Não vá sozinho para lugares que você normalmente não iria apenas para pegar um Pokémon. Na verdade, a tela de carregamento adverte para que você fique atento. Siga este conselho!
• Cuidado com aplicativos falsificados. Já existem versões mal-intencionadas do aplicativo em circulação. Utilize lojas de aplicativos conhecidas para evitá-los.
• Não trapaceie! Uma tática comum em jogos populares é criar aplicativos ou sites de trapaça, que prometem dar uma moeda extra do jogo ou desbloquear personagens ocultos. Geralmente, estes sites ou aplicativos estão repletos de malware e/ou coletarão suas informações de contato para uso nocivo. O tempo que economizar utilizando um destes aplicativos de trapaça pode custar caro.
• Instale um software de segurança. Se fizer download de alguma forma da versão infectada do aplicativo, ter um software antivírus em seu dispositivo móvel pode evitar que suas informações sejam roubadas ou que seu dispositivo seja comprometido.
O jogo tem o potencial de fazer as pessoas saírem de casa, socializarem e fazerem mais exercícios. Como acontece com qualquer coisa boa, haverá pessoas que tentarão tirar vantagem dele para benefício próprio. Usar um pouco de bom senso pode mantê-lo em segurança e ajudá-lo a aproveitar este excelente jogo.
* Bruce Snell é diretor de segurança cibernética na Intel Security