Quais as habilidades mais procuradas em profissionais de cibersegurança no Brasil?

País tem amplo potencial de geração de empregos na área; candidatos se destacam em mercado emergente com habilidades técnicas e comportamentais

Compartilhar:

O Brasil deve abrir 140 mil vagas para profissionais de cibersegurança e segurança da informação até 2025, de acordo com a consultoria IDC. O aumento das ameaças digitais e a necessidade crescente de proteger dados sensíveis e sistemas críticos impactam na busca por estes cargos.

 

Empresas de todos os setores procuram especialistas que possam garantir a segurança de suas redes e informações contra ataques cibernéticos. As habilidades procuradas vão além das competências técnicas. Incluem também proatividade, flexibilidade e capacidade de influência, uma vez que a importância do tema pede comprometimento de todos os times.

 

“As companhias estão começando a perceber que a cibersegurança não é apenas uma questão técnica, mas uma prioridade estratégica que pode afetar diretamente a continuidade dos negócios e a confiança dos consumidores”, explica José Wildner, Gerente de Infraestrutura e Segurança da SIS Innov & Tech.

 

Por isso, os profissionais dessa área estão sendo mais procurados, mas também mais demandados para conseguirem suprir as necessidades de segurança com eficácia e rapidez. Wildner listou abaixo as principais habilidades e requisitos que o mercado tem buscado em profissionais de cibersegurança.

 

1 – Conhecimento técnico avançado

Ataques mais complexos e direcionados, como APTs (Advanced Persistent Threats) e ransomware de última geração, exigem conhecimento técnico avançado. “Os profissionais devem ser proficientes em técnicas de resposta a incidentes, análise forense digital, engenharia reversa de malware e testes de penetração”, afirma Wildner.

 

As organizações estão digitalizando suas operações, adotando, com mais frequência, tecnologias como Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e Inteligência Artificial (IA). “Isso aumenta a superfície de ataque e a complexidade dos sistemas que precisam ser protegidos. Além disso, as atualizações na legislação sobre proteção de dados e privacidade exigem medidas mais robustas de segurança”, comenta.

 

2 – Capacidade de adaptação e aprendizado contínuo

O executivo relaciona também a alta demanda de especialistas em segurança nas empresas ao aumento do comércio eletrônico e de serviços financeiros online. A necessidade de proteger transações e informações sensíveis torna-se ainda mais essencial para garantir a confiança dos consumidores e a integridade das operações.

 

A natureza dinâmica das ameaças cibernéticas requer que os profissionais estejam constantemente atualizados sobre as últimas tendências e tecnologias. Os empregadores esperam investimento em aprendizado contínuo, certificações relevantes (como CISSP, CEH, OSCP) e participação em treinamentos e workshops regulares.

 

3 – Habilidades de análise de dados e automação

“Quem trabalha com segurança cibernética deve ser capaz de usar ferramentas de SIEM (Security Information and Event Management), por exemplo, aplicar técnicas de machine learning para identificar padrões anômalos e desenvolver scripts de automação para tarefas repetitivas”, diz o especialista.

 

4 – Competências em segurança na nuvem

A migração crescente para serviços de nuvem pública, privada e híbrida cria novas superfícies de ataque e requer uma abordagem diferente para a segurança. Os especialistas em cibersegurança devem ter experiência com plataformas de nuvem, práticas de segurança específicas para essa tecnologia e capacidade de configurar e monitorar ambientes de forma segura.

 

5 – Conhecimento de compliance e regulamentações

É preciso estar familiarizado com as regulamentações de proteção de dados, conseguir realizar auditorias de compliance e garantir que as práticas de segurança da empresa estejam em conformidade com as leis.

 

6 – Habilidades de comunicação e colaboração

Além das técnicas, os recrutadores do setor de tecnologia também avaliam as habilidades socioemocionais. Wildner explica que a cibersegurança é uma responsabilidade compartilhada que envolve várias partes da organização, desde a TI até recursos humanos e administração, por exemplo. Então, os profissionais de cibersegurança devem não apenas ser capazes de colaborar com outras equipes e comunicar riscos para públicos não técnicos, mas desenvolver uma cultura de segurança dentro da organização. “Essas tarefas podem ser melhor executadas por pessoas proativas, flexíveis, empáticas e que tenham capacidade de negociação e influência”, comenta o especialista da SIS Innov & Tech.

 

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Suposto vazamento em plataforma de IA expõe dados de 20 mil usuários, diz pesquisa

Suposto vazamento de dados de 20 mil usuários de chatbot acende alerta sobre a segurança em plataformas de IA; especialistas...
Security Report | Overview

Empresas adaptam sua arquitetura de cybersecurity para fazer frente aos ataques baseados em IA

Estudo revela que 37% das empresas ajustaram sua arquitetura de cibersegurança após ataques baseados em IA, enquanto especialistas alertam para...
Security Report | Overview

Golpistas exploram histórias de fragilidade para desviar doações online, mostra pesquisa

De acordo com a análise é provável que muitas vítimas nunca percebam que enviaram dinheiro para golpistas; ao mesmo tempo,...
Security Report | Overview

Golpes com IA geram vídeos falsos para enganar vítimas, aponta relatório

Organização revela que golpistas utilizam táticas sofisticadas de vídeos deepfake com IA prometendo falsas compensações financeiras de até 10 mil...