Nos três últimos meses, mensagens de spam representaram 57,3% de todo tráfego de e-mails, afirma relatório trimestral realizado pela Kaspersky Lab sobre Spam e Phishing, que registrou aumento de quatro pontos percentuais nesse tipo de golpe, quando comparado ao mesmo período de 2015 e de um ponto percentual em relação ao estudo anterior.
O pódio dos países onde a maior parte de spam foi originada pertence aos EUA (10,79%), Vietnã (10,10%) e Índia (10,01%). Já América Latina entra na lista dos top 20 em procedência desses e-mails não desejados por meio do México (4,55%) em quinto lugar, Brasil (3,28%) em oitavo, além de Argentina (2,05%) e Colômbia (1,42%), que ocupam as 12ª e 15ª colocações, respectivamente. Entre os temas favoritos dos remetentes de spam, destaca-se a política, principalmente por conta da eleição presidencial nos EUA e seus polêmicos candidatos – prato cheio para fraudadores fisgarem possíveis vítimas. A Olimpíada Rio 2016 também esteve em alta no trimestre, com cibercriminosos utilizando o assunto em spam e phishing para roubar dados e dinheiro de torcedores à procura de ingressos.
Na política, o nome do controverso Donald Trump foi um dos campeões em spam. Nos e-mails enviados, golpistas relatavam como o empresário enriqueceu e convidavam o leitor a aprender como seguir seus passos para ganhar dinheiro e indicavam link para falso portal de notícias, endereço que pedia que a pessoa preenchesse um formulário on-line com seus dados pessoais para que ela pudesse aprender o “segredo do sucesso” de Trump. No fim, a vítima não ganhava nada, mas os criminosos virtuais conseguiam seus dados sigilosos.
“Remetentes de spam têm usado notícias de última hora e especulações sobre pessoas famosas com bastante frequência. Donald Trump não foi exceção. Internautas devem saber disso e continuar atentos para correr menos riscos. Também observamos que as redes sociais são muito atraentes para esses criminosos. Se um de seus amigos se comportar de maneira estranha na Internet, enviando links polêmicos ou marcando você e amigos em postagens suspeitas, é provável que a conta dele tenha sido comprometida. Não clique nesses links, nem instale softwares sugeridos pelo sistema. É possível evitar praticamente todas as infecções desse tipo usando o bom senso. Além disso, pense duas vezes antes de abrir anexos de e-mails; o risco deles infectarem seu computador é muito alto”, adverte Daria Gudkova, especialista em análise de spam da Kaspersky Lab.
Nesse trimestre, o sistema antiphishing foi acionado 32.363.492 vezes nos computadores de clientes da Kaspersky Lab. No mesmo período de 2015, isso ocorreu 30.807.071 – aumento de quase 5%. O maior percentual de usuários afetados por ataques de phishing foi na China (20,22%), seguida do Brasil (18,63%) e da Argélia (14,3%). Equador (11.14%) e Chile (11.08%) ocuparam sétima e oitava posições, respectivamente. Vale a pena observar que a porcentagem de usuários afetados em 2015 foi menor, e os três países mais visados foram: Brasil (9,74%), Índia (8,3%) e China (7,23%). Neste ano os números dobraram, de acordo com o recente estudo.
Uma irregularidade atípica no volume do tráfego de spam malicioso foi descoberta entre 1º e 21 de junho, quando especialistas da empresa registraram significativa diminuição das campanhas de spam malicioso. Nesse período, houve queda de 20 vezes no número médio de spam com arquivos comprimidos zip, em comparação com a média geral do trimestre. Ao mesmo tempo, a botnet Necurs reduziu misteriosamente suas atividades fraudulentas. Especialistas da Kaspersky Lab não têm provas confiáveis de que esses dois eventos estão relacionados, mas acreditam nessa possibilidade. Várias fontes da Web relataram que os agentes por trás da botnet Necurs tiveram problemas técnicos que causaram um apagão. Aparentemente, esses problemas foram resolvidos rapidamente pois, após 21 de junho, o fluxo de spam maliciosos foi restaurado, juntamente com as operações da botnet.