Estudo aponta que 36% da Indústria tem níveis altos de conscientização em Cyber

Pesquisa da Zoho revela que organizações da região, especialmente as empresas brasileiras, têm nível alto de conscientização sobre segurança digital, ficando atrás apenas da área de TI; vulnerabilidade é maior no setor financeiro e entre as PMEs

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Uma pesquisa global da Zoho lançou luz sobre uma realidade preocupante em relação à nova era de conectividade digital das empresas: as lacunas de conscientização sobre segurança em plataformas de e-mail e colaboração e outras ferramentas dedicadas ao trabalho remoto.

 

De acordo com o estudo, intitulado “Relatório de Conscientização sobre Segurança de E-mail 2023”, na América do Sul, o setor de Indústrias possui um dos maiores níveis de conscientização, com 35,9%, ficando atrás apenas da área de tecnologia.

 

Por outro lado, os setores de finanças e saúde no país possuem níveis de conscientização mais baixos, tornando-os nos mais vulneráveis a ataques cibernéticos na região, com 17% e 25%.

 

América do Sul é a região mais vulnerável do mundo

A América do Sul emerge como a região mais vulnerável em relação à segurança de e-mails em escala global. A análise foi conduzida pela Zoho Workplace, plataforma de colaboração unificada da empresa. O estudo contempla uma análise abrangente da consciência global de segurança de e-mail, ou seja, o nível de compreensão de usuários em relação ao que pode ser considerada uma ameaça cibernética em diferentes plataformas.

 

Ele examina a conscientização sobre segurança de e-mail em diferentes regiões, setores, tamanhos organizacionais e níveis de senioridade dos funcionários, em busca de padrões e conexões dessas variáveis para uma compreensão abrangente da consciência global de segurança de e-mail.

 

O relatório reúne dados de mais de 1.700 entrevistados em todo o mundo, sendo mais de 200 respostas originárias da América do Sul, incluindo países como Brasil, Argentina, Colômbia e Chile. O Brasil, com representação substancial na região, concentrou metade das respostas.

 

América do Sul pouco preparada

Os resultados revelam que a América do Sul exibe uma pontuação geral de conscientização sobre segurança de e-mail de apenas 39,9%, o que a torna a região mais vulnerável globalmente. Os números contrastam drasticamente com os níveis de conscientização de outras regiões, como América do Norte (62%), Austrália e Nova Zelândia (60,7%), e União Europeia (55,5%). A região também está em desvantagem quando comparada a seus pares Ásia (43,2%) e Oriente Médio e África (40,7%).

O relatório destaca uma série de fatores que contribuem para os altos níveis de vulnerabilidade digital na América do Sul. Entre eles, o acesso limitado a tecnologias avançadas, conformidade regulatória menos rigorosa e barreiras linguísticas, visto que grande parte das regulamentações é disponibilizada apenas em inglês. A falta de disponibilidade de conformidade e regulamentações em idiomas locais dificulta a compreensão e a implementação de práticas de segurança de e-mail.

 

Outro ponto que a pesquisa examinou foram as várias ameaças à segurança de e-mails, com destaque para autenticações e controle de acesso em e-mails, proteção de dados no compartilhamento de arquivos e URLs suspeitas. A falta de conscientização sobre práticas de autenticação segura e verificação de identidade de e-mails (18%) e anexo e phishings (24%) são as ameaças mais críticas, e consequentemente com o menor nível de conscientização dos profissionais e empresas.

 

Preocupação com as PMEs brasileiras

Dentro das Pequenas e Médias Empresas (PMEs), as organizações brasileiras exibem um alarmante nível de conscientização de apenas 37,7%, colocando-as em desvantagem significativa em comparação com seus pares na América do Norte e na União Europeia, com 61,6% e 54,1% de sensibilização, respectivamente.

 

Já em relação às grandes empresas, embora expresse uma melhoria, a América do Sul continua atrás das regiões desenvolvidas, destacando potenciais vulnerabilidades nos protocolos de segurança no local de trabalho, segundo o relatório.

 

A disparidade entre os níveis de conscientização sobre segurança de e-mail entre PMEs e grandes empresas na América do Sul reflete as tendências observadas em outras regiões. Isso sugere a necessidade de iniciativas de conscientização direcionadas adaptadas aos desafios únicos enfrentados pelas organizações menores, como recursos limitados e acesso à educação em segurança cibernética.

 

Como mudar essa realidade

Para enfrentar esses desafios ligados à vulnerabilidade, a pesquisa traz recomendações como a priorização do treinamento em segurança cibernética em todos os níveis hierárquicos; o desenvolvimento de programas específicos do setor e a adoção de padrões de segurança inspirados no GDPR. Além disso, a participação em iniciativas globais de conscientização é tida como fundamental para promover uma cultura de segurança proativa em toda a região, segundo a Zoho.

 

Em última análise, a pesquisa destaca a necessidade urgente de medidas fortalecer as defesas cibernéticas na América do Sul e mitigar os crescentes riscos de segurança de e-mail enfrentados pelas organizações da região.

 

Segundo o relatório, empresas, líderes de TI e educadores de segurança cibernética devem investir em programas de conscientização acessíveis e abrangentes, além de ações de educação contínua, que se adaptam aos desafios únicos enfrentados pelas organizações sul-americanas.

 

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