Proteger a era digital, especialmente os ambientes em nuvem e as transações financeiras, é parte da estratégia do Google quando o assunto é Cloud Security. Entre os planejamentos essenciais, a Big Tech pretende avançar no uso de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, nos processos de Segurança dos consumidores de produtos Google. Tanto que a empresa promoveu hoje (17) em seu escritório um evento focado no tema, com a presença de líderes da empresa e convidados.
Assim, o Google pretende oferecer a própria expertise em AI para incluí-la dentro de seu roadmap de Security By Default, oferecendo novas soluções para responder à necessidade de acesso mais seguro. Além disso, a corporação também tem por objetivo usar a tecnologia para desenvolver melhor antecipação de ciberataques e melhorar a efetividade das respostas.
“O cenário de Nuvem está crescendo em complexidade digital e isso amplia a superfície de ataque dos cibercriminosos. Diante desse cenário, é necessário que as companhias no mundo abracem com mais dedicação a Inteligência Artificial para apoiar as ações de Cibersegurança, especialmente em setores específicos de monitoramento, detecção e resposta”, afirmou vice-presidente global de Engenharia de Privacidade, Proteção e Segurança, Royal Hansen, durante o evento.
Uma das áreas que aproveitaram esse crescimento das novas tecnologias em Cloud Security foi o setor financeiro. De acordo com Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, o alinhamento com parceiros nos tópicos de Cibersegurança é visto como crítico para as organizações financeiras. Por isso, a Federação de Bancos tem avançado cada vez mais na busca por investimentos e implementações de tecnologias no setor a fim de integrar os trabalhos e criar padrões de segurança.
“Os bancos hoje se tornaram digitais, especialmente pelo uso massivo de ferramentas mobile. Com isso, além de auxiliarmos nos investimentos e nas atividades de cooperação, a Febraban busca atuar na conscientização de usuários e colaboradores das instituições, preparando-os para uma atuação mais segura no mundo digital”, explicou o executivo durante painel de debates.
Na visão do executivo, golpistas e fraudadores brasileiros exportam métodos simples de ataques no sistema financeiro, mas com grande potencial de sucesso. “Com a chegada da Inteligência Artificial, podemos mudar esse jogo, o que nos dá possibilidades para desenvolver novas defesas contra os ciberataques, fazendo o país ser um potencial berço de know-how de combate a esses problemas”, defende Volpini.
Parceria do Google com Finanças
Atento às tendências, o Google pretende ampliar a parceria com a Febraban a fim de garantir proteção nas atividades transacionais no Brasil e combater métodos de lavagem de dinheiro. A ideia é manter o trabalho de cooperação com os times de engenharia e segurança de diversos bancos visando compartilhar informações sobre riscos de exposição mais comuns nesse mercado, bem como auxílio na resposta ágil a tentativas de ataque por meio de conta comprometida nos aplicativos.
Marcos Cavinato, líder de Segurança e Compliance do Google Cloud na América Latina, ressaltou o papel da organização na oferta de métodos de defesa. Entre eles, está o reCAPTCHA, amplamente utilizado como meio de autenticação anti-máquina, e a plataforma VírusTotal, que analisa e expõe comportamentos suspeitos de scripts diferentes. Hoje, ambas as soluções utilizam recursos de Inteligência Artificial para atuar com mais precisão e velocidade.
Outra solução oferecida pelo Google Cloud é o Anti Money Laundering AI, anunciado em junho como modelo de detecção de fraudes. Ela foi capaz de diminuir os alertas de lavagem de dinheiro do banco HSBC em mais de 60% e conta com a participação de outras instituições no país, como o Bradesco.
“A particularidade dessa parceria é viabilizar atuação com empresas de diferentes tamanhos, gerando escalas diferentes de ação e impactos melhores em Cloud Security. O próprio reCAPTCHA é uma solução simples e amplamente utilizada no mercado, e que agora não precisa mais exigir respostas dos usuários. Com os novos recursos a tecnologia analisa constantemente a atividade do usuário para constatar se é um robô, utilizando Inteligência de Máquina”, disse Cavinato.
O executivo da Big Tech ainda lembrou do rápido avanço da Inteligência Artificial nos últimos meses, evidenciando como os métodos analógicos de detecção de incidentes estão rapidamente se defasando. “Por disso, a nossa estratégia é espelhar o uso que fazemos internamente desse recurso para todas as soluções ofertadas ao mercado”, conclui Cavinato.