Os desafios da discrepância de incentivos na área de cibersegurança

Segundo Candace Worley, VP de marketing para soluções empresariais da Intel Security, principais disparidades situam-se entre as estruturas corporativas e o fluxo livre das empresas criminosas, entre estratégia e implementação e entre executivos de nível sênior e pessoas em funções de implementação

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Os cibercriminosos são motivados pelos resultados que desejam alcançar, seja roubar dinheiro, derrubar serviços ou ganhar notoriedade, e podem rapidamente mudar táticas ineficazes. Mas o que motiva uma equipe de segurança cibernética a dar seu melhor? Ou, talvez ainda mais importante, o que a desmotiva? A Intel Security entrevistou 800 profissionais de segurança cibernética de importantes setores e os questionou sobre seus incentivos, métricas e processos. Ao analisar as respostas, identificamos três principais incentivos desalinhados: entre as estruturas corporativas e o fluxo livre das empresas criminosas, entre estratégia e implementação e entre executivos de nível sênior e pessoas em funções de implementação.

 

Estruturas corporativas x empresas criminosas

 

As duas grandes diferenças entre os criminosos cibernéticos e uma típica equipe de segurança cibernética corporativa são o fluxo de informações e o uso de recursos especializados. Os mercados de informações destinados aos criminosos cibernéticos rapidamente divulgam ataques bem-sucedidos, códigos e vulnerabilidades recém-descobertas, incentivando e impulsionando a inovação. Apesar da maior adoção da prática de compartilhamento de informações sobre ameaças, ainda falta muito para equiparar-se à velocidade e aos detalhes disponíveis na dark web. Esses mercados também possibilitam um alto nível de especialização, permitindo que programadores de malware, hackers de exploração e golpistas de engenharia social sejam excelentes naquilo que fazem. Essa é uma diferença enorme em relação aos departamentos de segurança cibernética, que desempenham funções mais genéricas e só chamam os especialistas de segurança externos quando necessário.

 

Estratégia x implementação

 

Segundo o estudo realizado, a maioria das organizações considera a segurança cibernética seu principal risco e desenvolveu estratégias para lidar com ameaças novas e existentes. No entanto, existem algumas lacunas significativas entre estratégia e implementação, particularmente a maior consequência de uma violação de segurança e os métodos usados para proteger a organização. A principal preocupação dos executivos de TI é o impacto na reputação e menos de um terço deles acredita que um incidente resultaria em prejuízos financeiros, possivelmente criando uma falsa sensação de segurança. Ao mesmo tempo, quase dois terços estão adquirindo tecnologias de segurança que se sobrepõem para proteger a organização. Embora isso possa parecer uma boa ideia, a sobreposição de tecnologias que não são integradas e não se comunicam entre si pode resultar em lacunas de segurança em virtude de políticas inconsistentes e ferramentas de configuração discrepantes.

 

Executivos de nível sênior x implementadores

 

Em relação à opinião sobre incentivos, parece haver uma lacuna significativa entre os executivos de TI e a equipe de operações de segurança cibernética. Mais de um quarto dos operadores entrevistados alegaram não haver incentivos em sua organização, como bônus ou reconhecimento, em comparação com apenas 5% dos executivos. É possível que funcionários em níveis inferiores da estrutura organizacional não tenham conhecimento dos incentivos por desempenho ou que não acreditem que as ofertas tenham um impacto significativo. Nem sempre é necessário dar dinheiro para conseguir melhores resultados. Outros estudos mostraram que oportunidades de desenvolvimento profissional são consideradas um incentivo equivalente ou mais valioso do que bônus, além de expandir os conhecimentos e os recursos da sua equipe.

 

O que pode ser feito?

 

A ideia de copiar alguns aspectos do comportamento criminoso pode parecer estranha, mas há lições que podem ser aprendidas com a forma como os criminosos cibernéticos operam. A Segurança como Serviço pode oferecer a flexibilidade necessária para combater operações do “crime cibernético como serviço”. Consultores especializados podem complementar a equipe interna com conhecimentos e recursos direcionados, quando necessário. Reconhecimento e incentivos por desempenho podem resultar em defesas mais reforçadas e em ciclos de patches acelerados.

 

* Candace Worley é vice-presidente de marketing para soluções empresariais da Intel Security

 

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