Novo trojan utiliza códigos maliciosos no GitHub para comprometer dados, alerta estudo

Batizado pela Kaspersky de "GitVenom", o malware se utiliza de códigos comprometidos ofertados no GitHub para expor os usuários a roubo de senhas, informações bancárias, dados de carteiras de criptomoedas, histórico de navegação e outras informações pessoais

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A Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky revelou uma nova ameaça que está circulando no GitHub, plataforma muito usada por programadores para compartilhar códigos. Batizado pela Kaspersky de “GitVenom”, o vírus tem como principal alvo pessoas do Brasil, Turquia e Rússia, e já causou um prejuízo estimado em US$ 485 mil em Bitcoins, além do roubo de informações e dados pessoais de vítimas.

 

O GitVenom mira especialmente usuários que estejam em busca de repositórios de códigos na rede, que cumpram funções às mais variadas: desde bots de automatização de tarefas nas mídias sociais, até gerenciamento de carteiras de Bitcoin. Muitos desses códigos oferecidos em espaços como o GitHub podem parecer confiáveis, porém estão infectados com esse trojan.

 

Os criminosos fazem com que estes repositórios de códigos do GitHub pareçam legítimos, com nomes e descrições chamativas, muitas vezes usando Inteligência Artificial para otimizar essas atividades. Porém, quando esse repositório fraudulento for baixado e executado, o computador também será infectado com um malware que pode roubar senhas, informações bancárias, dados de carteiras de criptomoedas, histórico de navegação e outras informações pessoais. O GitVenom também permite que criminosos controlem seu computador remotamente, ou seja, sem necessidade de estarem próximos fisicamente à máquina.

 

O malware monitora a “área de transferência” do usuário e, caso copie um endereço de carteira de Bitcoin para fazer uma transferência, o vírus troca esse endereço pelo endereço da carteira dos criminosos. Assim, a vítima envia seus Bitcoins diretamente para eles, sem perceber.

 

“Como plataformas de compartilhamento de códigos, como o GitHub, são usadas por milhões de desenvolvedores em todo o mundo, os criminosos certamente continuarão usando esse local como um vetor de distribuição de código malicioso. Por esse motivo, é crucial lidar com o processamento de código de terceiros com muito cuidado. Antes de tentar executar esse código ou integrá-lo a um projeto existente, é fundamental verificar minuciosamente quais ações são executadas por ele. Dessa forma, será muito fácil identificar projetos falsos e evitar que códigos maliciosos sejam usados para comprometer o ambiente de desenvolvimento”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

Para se proteger do golpe GitVenom (e de outros golpes online), a Kaspersky recomenda desconfiar de programas que prometam facilitar demais as atividades na rede e verificar a reputação dos desenvolvedores. É importante também verificar as ações realizadas pelo código, antes de usá-lo ou portá-lo para um projeto. Monitorar comentários negativos e alertas de vírus nos programas também pode gerar indicativos importantes.

 

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