Pais, responsáveis, educadores, adolescentes e crianças têm à disposição, a partir de hoje (07/02), Dia Mundial da Internet Segura (Safer Internet Day, SID, na sigla em inglês), materiais educativos que ensinam de maneira didática como usar a Internet de forma segura, ética e responsável. São Guias individuais, dedicados a cada um desses públicos – desde a linguagem utilizada aos recursos pedagógicos e visuais adotados.
De autoria do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), os materiais estão disponíveis para download. As entidades que desejarem imprimir o material terão a possibilidade de inserir sua marca como “apoio de impressão” e colaborar no compartilhamento deste conteúdo.
“Não podemos desperdiçar todo o entusiasmo que crianças e adolescentes têm ao usar a Internet, pois são eles que continuarão a construí-la. Precisamos que desde cedo eles saibam que há um bom número de oportunidades ao usá-la, mas que certos cuidados precisam ser tomados”, considera Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br.
Ao total, são quatro guias sendo lançados: o “#Internet com Responsa” traz alertas e instruções sobre a responsabilidade das atitudes na rede e possui duas publicações, uma dedicada aos pais e educadores, e outra exclusiva para os adolescentes; enquanto o Guia “Internet Segura”, também com dois materiais, um que incentiva crianças de 08 a 12 anos a aprender, de forma divertida, os principais recursos para utilizar a rede com segurança, e outro que instrui seus pais e responsáveis a melhor forma de orientar seus filhos e filhas.
#Internet com Responsa
“Um ato que pode parecer brincadeira tem implicações sérias que podem gerar consequências para toda a família”. Kelli Angelini, gerente da Assessoria Jurídica do NIC.br, alerta que, por desconhecimento, jovens podem praticar crimes ao postar ou compartilhar conteúdos, fotos ou vídeos que ofendam ou denigram a imagem de outras pessoas. O Guia “#Internet com Responsa – Cuidados e responsabilidades no uso da Internet” busca orientar os pais, responsáveis e educadores em temas como exposição excessiva na Internet, liberdade de expressão e danos à imagem e reputação, cyberbullying, discriminação racial, discurso de ódio, danos e riscos da prática de nude selfie ou sexting, direitos autorais e plágio.
Para exemplificar esses tópicos, o Guia traz casos reais em recortes de notícias publicadas na mídia como, por exemplo, o caso de um aluno que foi condenado a indenizar um professor por difamá-lo em uma rede social. “O #Internet com Responsa reúne temas que refletem a realidade desses adolescentes, questões que vivenciam em casa, na escola, e que precisam ser discutidas em família e com os professores”, explica Kelli Angelini, idealizadora e coordenadora geral do projeto. Dentro da proposta de se aproximar da realidade dos jovens, o Guia “#Fik Dik”, voltado aos adolescentes acima de 12 anos, apresenta os temas do #Internet com Responsa em linguagem informal, no formato de mensagens instantâneas.
Internet Segura
De acordo com a 4ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 63% das crianças de 9 a 10 anos afirmaram acessar a Internet em 2015. Os dados reforçam a importância do Guia Internet Segura, voltado para crianças de 08 a 12 anos. Além de apresentar dicas de comportamento e recursos técnicos para manter-se seguro na rede, o material, elaborado pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), traz desafios como caça-palavras, dominó, jogo da memória, jogo das sombras, labirinto, entre outros.
“O processo de conscientização sobre o uso seguro da Internet precisa começar cada vez mais cedo para que seja facilmente incorporado ao dia a dia. Para despertar o interesse das crianças, o conteúdo é apresentado de forma divertida. “Queremos que elas aprendam brincando”, destaca Miriam von Zuben, analista de segurança do CERT.br responsável pela publicação. Sem a participação da família, no entanto, o aprendizado fica mais difícil. “É importante destacar que alguns dos riscos que as crianças encontram na Internet são criados pela própria família que, geralmente por ingenuidade e desconhecimento dos perigos, as expõe excessivamente”, complementa.
Para tanto, o Guia Internet Segura também tem uma versão voltada aos adultos. Na publicação, os pais e responsáveis encontram informações sobre como proteger os filhos – seja zelando pela privacidade das crianças, ou utilizando tecnologias de controle parental – um recurso adicional ao diálogo e à mediação que ajuda a proteger as crianças dos riscos na rede. Miriam ressalta que “apesar de nada substituir o diálogo e a mediação dos pais, a tecnologia pode ser usada como aliada para proteger as crianças dos riscos da Internet”.