As frequentes mudanças pelas quais McAfee e Intel Security passaram nos últimos anos comprometeram a visão dos clientes sobre a companhia? Na opinião de Brian Dye, VP e gerente geral de Produtos da Intel Security, a resposta é não e ele explica o porquê em entrevista exclusiva à Security Report durante o Focus 2016, que acontece esta semana em Las Vegas (EUA).
Security Report: Tantas mudanças ao longo dos últimos anos afetaram a companhia?
Brian Dye: Não afetaram, porque os clientes entenderam nossos anúncios. Nós entregamos muitos produtos e mantivemos nossos compromissos. Estamos trabalhando em novas soluções e mantendo nosso roadmap. Então o impacto para os clientes não existiu.
SR: Qual o feedback dos clientes sobre o retorno da marca McAfee?
BD: Os clientes sentem que existe uma conexão com a marca, uma conexão tradicional. Portanto, acredito que eles tenham visto a mudança como extremamente positiva.
SR: O nome McAffe é mais forte do que o nome Intel Security?
BD: Não se trata de ser mais forte, o brand Intel está presente na organização, nós ainda somos funcionários da Intel Corporation Security. Entretanto, em pesquisas realizadas o brand McAfee sempre aparece à frente da marca Intel Security no segmento de segurança.
SR: Atualmente existem muitas companhias no segmento de segurança. Como esta vendo essa competição?
BD: Natural que um mercado tão atraente tenha tantos competidores mas acredito que ele sofrerá um processo de acomodação. Já estamos vendo isso com tantas aquisições em curso. Acredito que o mercado irá se consolidar naturalmente.
SR: Hoje toda empresa de segurança tem um foco principal. Qual o foco principal da McAfee?
BD: Eu diria que integração é um foco principal. Temos soluções que vão do endpoint ao cloud, mas acredito que a integração entre todas essas soluções e a automação dos processos sejam a principal estratégia. Estamos oferecendo uma arquitetura aberta que vai permitir essa integração e automação.
SR: O ransomware é hoje a principal ameaça?
BD: Eu diria que se trata da ameaça mais presente hoje nas empresas, principalmente nas pequenas e médias que não possuem uma estrutura de segurança mais madura e não contam com um time de segurança, como um CSO, por exemplo. Mas as empresas não devem se desesperar porque existe tecnologia para fazer frente a esses ataques.
SR: Num futuro próximo, antivírus e firewall irão desaparecer do cenário de cibersecurty?
BD: Não acredito. A proteção precisa ser feita em vários níveis e acredito que sempre será necessária uma proteção básica que essas tecnologias se propõem a fazer.
SR: As vulnerabilidades do IOT tendem a se tornam os ataques mais temidos no futuro?
BD: A Internet das Coisas traz vulnerabilidades por isso entendemos que uma estratégia de proteção que leve em conta o ambiente de endpoints é a melhor maneira de fazer frente às ameaças atuais e futuras.
*Graça Sermoud viajou para Las Vegas a convite da Intel