Na manhã desta quarta-feira (08), o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), abriu investigação contra o aplicativo Zoom. A empresa foi notificada, na segunda-feira (6), pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) para esclarecer dúvidas sobre o compartilhamento de dados de usuários do aplicativo com o Facebook, especialmente no que se refere à versão para o sistema iOS.
A empresa tem o prazo de 10 dias para responder aos questionamento do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, ligado à Justiça. Caso o Zoom não responda no prazo estipulado, o MJSP poderá instaurar processo administrativo, que eventualmente poderá resultar na imposição de multa.
Segundo o departamento, a investigação procura entender se a Zoom notifica o Facebook quando o usuário abre o aplicativo, assim como detalhes criados pelo dispositivo para direcionar anúncios para os usuários. A notificação também questionou informações sobre a política de privacidade para poder concluir sobre a potencial violação de direitos dos consumidores com base na legislação brasileira.
Dentre os esclarecimentos a serem prestados pelo Zoom, sobre o compartilhamento de dados, estão: desde quando e por quais motivos realiza o compartilhamento; quem são as pessoas que têm seus dados compartilhados; em qual ou quais versões do aplicativo e em quais sistemas operacionais há o compartilhamento. Também foi questionado se o compartilhamento de dados do usuário ocorre independentemente de se ter conta no Facebook ou em outro aplicativo e a base legal para a realização da coleta do tratamento de dados ora noticiado.
A equipe de pesquisas da Check Point mostrou em um levantamento recente que houve um aumento significativo de registo de domínios incluindo a palavra “Zoom”. Desde o início do ano, mais de 1.700 novos domínios foram registados, sendo que 25% destes somente na semana passada, em que 4% desses domínios, agora registados, continham características suspeitas.
Anvisa bloqueia o uso da ferramenta
Na segunda-feira (06), a Anvisa já havia informado que a ferramenta de videoconferência Zoom foi bloqueada nos computadores da Agência. Essa decisão se deve a dois fatores específicos: identificação de possíveis falhas de segurança graves na ferramenta e existência de uma plataforma corporativa, já em uso pela Anvisa, que permite a realização de videoconferências.
Foram apontadas vulnerabilidades do Zoom Meeting que, quando exploradas por hackers, permitem o acesso não autorizado à câmera e ao microfone, viabilizando o roubo das credenciais dos usuários e de informações trocadas durante as reuniões.
As informações sobre essa notificação está disponível no site do Ministério da Justiça.