Por André Muniz*
Na era em que os dados são considerados o “novo petróleo”, as empresas precisam ter acesso rápido e eficaz às informações de seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais. Por outro lado, temos normas, regulamentações e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) torna o cenário corporativo cada vez mais complexo. Mapear, governar e aplicar políticas de segurança tornou-se indispensável para as empresas se manterem em conformidade e, ao mesmo tempo, competitivas no mercado.
Como a LGPD foi criada para garantir a privacidade das informações sensíveis armazenadas e transacionadas entre empresas e pessoas – tais como dados pessoais, de saúde e financeiros -, o mascaramento de dados, que consiste em evitar ataques cibernéticos nas empresas ao substituir informações sensíveis por dados fictícios com uso de algoritmos de camuflagem, ganha uma importância nunca vista antes.
Outra prova da importância desta tecnologia foi apontada na pesquisa Verified Market Research: o mercado global de mascaramento de dados foi avaliado em U$ 865 milhões em 2023 e deve atingir U$ 3 bilhões até 2031.
Aplicação do mascaramento
A LGPD impõe uma série de obrigações, como a necessidade de proteger dados pessoais, comunicar incidentes de segurança e realizar avaliações de impacto. Portanto, afirmo que as empresas devem ter o mascaramento dos dados como “pilar de inovação” e, para isso, devem seguir alguns passos:
- Descoberta de dados sensíveis – Identificar informações sensíveis para fornecer uma visão abrangente do risco em toda a empresa e identificar “alvos” para mascaramento.
- Conformidade contínua – Transformar valores sensíveis em equivalentes fictícios, mas realistas, preservando o valor comercial e a integridade referencial.
- Aplicar políticas de mascaramento personalizadas: As empresas podem definir diferentes níveis de mascaramento para cada tipo de dado, garantindo que as informações sejam protegidas de forma adequada.
Ao seguir esses passos e se adequar às regras da LGPD, as empresas podem não apenas reduzir o risco de vazamentos e violações de dados, mas também aperfeiçoar a qualidade das suas informações e, o que é mais importante, agilizar seus processos de negócios. Tudo isso porque elas se tornam capazes de definir, manter e implantar um conjunto de políticas de segurança a partir de um único ponto de gerenciamento.
Profissional que atua no mascaramento
Por fim, aponto uma parte essencial em todo o processo de segurança e LGPD: o ser humano. Ao mesmo tempo, em que a tecnologia pode aperfeiçoar os negócios ao aumentar a governança de dados, os profissionais que fazem uso dessa tecnologia são responsáveis por facilmente controlar: quem tem acesso a quais dados, quando, onde e por quanto tempo haverá esse acesso. Assim, a capacitação do profissional de tecnologia não pode deixar de ser considerada quando se fala em manter as empresas adequadas a qualquer tipo de norma regulamentadora, principalmente a LGPD.
*André Muniz é especialista em consultoria e arquiteto de soluções da V8.TECH