De acordo com um recente relatório da Kaspersky, os ataques a smartphones continuam aumentando. A pesquisa revelou que somente nos primeiros três meses do ano, foram detectados 180 mil programas maliciosos em aparelhos Android, aumento de 27% em relação ao final de 2024. Além disso, mais de 12 milhões de pessoas foram afetadas por essas ameaças, representando um aumento de 36% em relação ao trimestre anterior. Os pesquisadores afirmaram que a tendência de alta não é nova, já que os ataques vêm crescendo desde meados do ano passado.
A empresa de cibersegurança explica que esse crescimento se deve a vários fatores. Um deles foi a atividade do trojan bancário Mamont, que se passava por aplicativos legítimos para roubar credenciais bancárias, mensagens de texto e dados pessoais. Aplicativos falsos relacionados a golpes financeiros também estavam ativos.
Novas ameaças
Outra ameaça comum nos últimos meses foi o backdoor Triada, descoberto em smartphones falsificados de marcas populares. Os dados apontaram que esse malware provavelmente foi instalado pelos golpistas depois que os telefones saíram da fábrica e antes de chegarem às mãos do usuário. O Triada pode modificar endereços de carteiras de criptomoedas durante transferências, substituir links em navegadores, enviar mensagens de texto arbitrárias, interceptar respostas e roubar credenciais de acesso a aplicativos de mensagens e redes sociais.
“Muitos usuários acreditam que seus smartphones são mais seguros que os computadores, mas a realidade é que o malware móvel, como os trojan sofisticados, estão cada vez mais ativos. Hoje em dia, a maioria das transações financeiras é realizada a partir de aplicativos bancários nos celulares, tornando esses dispositivos um alvo prioritário para os cibercriminosos”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
No início deste ano, os especialistas descobriram um novo trojan bancário que começou a afetar os usuários e que se passa por um aplicativo para assistir a filmes e séries grátis. O malware obtém permissões de administrador do dispositivo para se estabelecer, acessa funções de acessibilidade e, em seguida, permite que os criminosos controlem o telefone remotamente.
Segundo a análise, apesar desse cenário de ameaças móveis continue em ascensão, o contexto também representa uma oportunidade para que os usuários fortaleçam seus hábitos de segurança digital. De acordo com a empresa, é preciso compreender como os cibercriminosos operam permite que os usuários estejam mais bem preparados para reconhecer riscos potenciais. A cibersegurança não depende apenas das ferramentas tecnológicas, mas também do nível de atenção, critério e educação digital que cada pessoa pratica em sua vida cotidiana.
“A falsa sensação de segurança vem da confiança nas lojas de aplicativos e nas restrições do sistema operacional. Mas as táticas de engenharia social e o malware moderno, incluindo trojan pré-instalados, exploram essa falsa percepção. Para enfrentar esses riscos crescentes, é fundamental contar com uma proteção móvel sólida e melhorar a educação digital dos usuários”, finaliza Assolini.