Levantamento revela que violação de dados custa R$ 6,45 milhões no Brasil

Além disso, globalmente, 60% das empresas afetadas aumentaram os preços de seus produtos ou serviços após uma violação de dados, aponta levantamento

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A IBM Security publicou seu relatório anual Cost of a Data Breach Report, revelando que as violações de dados estão mais caras e impactantes do que nunca, custando em média R$ 6,45 milhões no Brasil, o maior custo da história do relatório para as organizações pesquisadas.

 

No país, com os custos de violação aumentando quase 10% nos últimos dois anos do relatório, as descobertas sugerem que esses incidentes também podem estar contribuindo para o aumento dos custos de bens e serviços. De fato, 60% das organizações globalmente aumentaram os preços de seus produtos ou serviços devido a um vazamento, em um momento em que o custo das mercadorias já está disparando em todo o mundo devido a questões como inflação, problemas na cadeia de suprimentos, entre outras. Além disso, 83% das organizações em todo o mundo sofreram mais de uma violação de dados desde o início de suas operações.

 

O relatório “Cost of a Data Breach 2022” – patrocinado pela IBM Security e conduzido pelo Ponemon Institute – é baseado em uma análise aprofundada de violações de dados reais enfrentadas por 550 organizações em todo o mundo, incluindo 43 empresas no Brasil, entre março de 2021 e março de 2022.

 

Algumas das principais descobertas sobre as empresas no Brasil incluem:

 

• O tempo médio para identificar e conter uma violação de dados foi de 347 dias em 2022, uma redução de 49 dias em relação ao ano anterior. Empresas com ciclo de vida de violação superior a 200 dias têm um custo médio superior a R$ 7,71 milhões em comparação com aquelas com menos de 200 dias: R$ 5,19 milhões;

 

• 44% das empresas têm um nível maduro de adoção de uma abordagem Zero Trust. Aqueles que não adotaram essa estratégia enfrentam custos médios de violação de dados de R$ 6,69 milhões de reais, superiores ao custo médio do país;

 

• No Brasil, a configuração incorreta de nuvem é o vetor mais comum (18%), com custo médio de R$ 5,98 milhões de reais. Seguido por credenciais comprometidas (16%) com R$ 6,90 milhões de reais e phishing (15%), com R$ 6,73 milhões;

 

• Do ponto de vista do maior custo médio por tipo de vetor, vulnerabilidade em software de terceiros aparece com R$ 7,52 milhões, com frequência de 11% nas violações estudadas;

 

• Globalmente, um número significativo de 43% das organizações afirmaram que estão apenas nos estágios iniciais ou não começaram a implementar práticas de segurança para proteger seus ambientes de nuvem. No Brasil, as empresas com maior maturidade na segurança em um ambiente de nuvem economizaram R$ 1,16 milhão em comparação com aquelas que não começaram a implementar práticas de segurança em seus ambientes de nuvem;

 

• As empresas brasileiras com uma abordagem de nuvem híbrida conseguiram identificar e conter violações de dados 52 dias mais rápido do que a média do país (295 dias no total). Essas organizações também exigiram menos tempo para identificar e conter uma violação em comparação com aquelas com modelo de nuvem exclusivamente privada (41 dias a menos) e pública (68 dias a menos);

 

• Empresas com mais de 50% de seus funcionários trabalhando remotamente levaram 14 dias a mais que a média nacional para identificar e conter uma violação (361 dias no total);

 

• Apenas 25% das empresas no Brasil possuem automação de segurança totalmente implementada, essencial para redução de custos. Globalmente, as organizações que implementaram segurança com automação e inteligência artificial (IA) tiveram um custo médio menor e alcançaram uma economia de 65,2% em comparação com aquelas que não o fizeram – a maior economia de custos observada no estudo. Além disso, seu tempo de detecção e contenção é melhor: 2,5 meses mais rápido;

 

• Três fatores principais que amplificam o custo de uma violação de dados: complexidade do sistema de segurança, falta de habilidades de segurança e falhas de conformidade. Por outro lado, os três principais fatores mitigadores de custos são formação da equipe de Resposta a Incidentes, participação no compartilhamento de ameaças e implementação de uma plataforma de IA;

 

• Pelo 12º ano consecutivo, os participantes da área de saúde obtiveram as violações mais caras entre os setores em todo o mundo. No Brasil, os setores com maior custo de violação de dados por registro são serviços financeiros (R$ 654), serviços (R$ 650) e saúde (R$ 600).

 

“As empresas precisam colocar seus sistemas de segurança na ofensiva e derrotar os invasores. É hora de impedir que o adversário atinja seus objetivos e começar a minimizar o impacto dos ataques. Quanto mais empresas tentam aprimorar seu perímetro em vez de investir em detecção e resposta, maior fica o número de violações que podem levar a aumentos no custo de vida”, diz Charles Henderson, diretor global da IBM Security X-Force.

 

Outras descobertas ​destacadas em todo o mundo incluem:

 

Infraestruturas críticas

 

• Globalmente, ransomware e ataques destrutivos representaram 28% das violações entre as organizações de infraestrutura crítica estudadas, destacando que os invasores estão buscando fraturar as cadeias de suprimentos globais que são a espinha dorsal da economia;

 

• Quase 80% das organizações de infraestrutura crítica estudadas não adotam estratégias Zero Trust, elevando o custo médio de violações de dados para US$ 5,4 milhões – um aumento de 24% em comparação com aquelas que adotam.

 

Não vale a pena pagar resgate

 

• As vítimas de ransomware no estudo que optaram por pagar as demandas de resgate tiveram apenas uma redução de US$ 630 mil no custo médio da violação em comparação com aquelas que optaram por não pagar – sem incluir o custo do resgate;

 

• Considerando o alto custo dos pagamentos de resgate (superiores a US$ 800 mil), o custo financeiro pode aumentar ainda mais, sugerindo que simplesmente pagar o resgate pode não ser uma estratégia eficaz – ao mesmo tempo em que inadvertidamente financia futuros ataques de ransomware com capital que pode ser alocado aos esforços de remediação e recuperação e analisando possíveis crimes federais;

 

• IBM Security X-Force descobriu que a duração dos ataques de ransomware corporativos estudados mostra uma queda de 94% nos últimos três anos – de mais de dois meses para pouco menos de quatro dias, portanto, as equipes de segurança têm menos espaço para ação.

 

Profissionais, Preparação e Testes:

 

• 62% das organizações estudadas afirmaram que não têm equipe suficiente para atender às suas necessidades de segurança, com uma média de US$ 550 mil a mais em custos de violação do que aquelas que afirmam ter pessoal suficiente;

 

• 73% têm planos de resposta a incidentes (IR), mas 37% não os testam regularmente. Uma economia média de custo de 58% por violação de dados é observada para empresas que possuem equipamentos de IR e testam regularmente seu plano;

 

• 44% das organizações usam tecnologias XDR (Extended Detection and Response) e reduziram o ciclo de vida da violação em quase um mês. Eles também economizaram um custo médio de US$ 400 mil.

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