Kaspersky alega falta de respostas do governo americano sobre investigação

Em nota, a empresa ressalta que está disposta a conversar com os representantes dos EUA e esclarecer todas preocupações em relação aos seus produtos e serviços, mas afirma que falta respostas do governo americano às tentativas amigáveis de contato

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O governo de Joe Biden intensificou uma investigação de segurança nacional sobre o software antivírus AO Kaspersky Lab da Rússia no início deste ano em meio ao aumento de ataques cibernéticos russos depois que Moscou invadiu a Ucrânia. O caso foi encaminhado ao Departamento de Comércio pelo Departamento de Justiça no ano passado, mas o Comércio fez pouco progresso até que a Casa Branca e outros funcionários do governo pediram que eles avançassem em março, acrescentaram as três pessoas.

 

Em questão está o risco de que o Kremlin possa usar o software antivírus, que tem acesso privilegiado aos sistemas de um computador, para roubar informações confidenciais de computadores americanos ou adulterá-los à medida que as tensões aumentam entre Moscou e o Ocidente. O acesso às redes de empreiteiros federais e operadores de infraestrutura crítica dos EUA, como redes elétricas, é visto como particularmente preocupante, disseram as três pessoas à Agencia Reuters.

 

Os reguladores dos EUA já proibiram o uso do software Kaspersky pelo governo federal e podem, em última análise, forçar a empresa a tomar medidas para reduzir os riscos representados por seus produtos ou proibir os americanos de usá-los. A investigação, que não foi relatada anteriormente, mostra que o governo está se aprofundando em seu kit de ferramentas para atingir Moscou até mesmo com suas autoridades mais obscuras, em uma tentativa de proteger cidadãos e empresas dos EUA de ataques cibernéticos russos.

 

As autoridades são “realmente a única ferramenta que temos para lidar com a ameaça (representada pela Kaspersky) em uma base comercial em toda a economia, dado nosso mercado geralmente aberto”, disse Emily Kilcrease, ex-vice-assistente do representante comercial dos EUA.

 

Outros poderes regulatórios não permitem que o governo bloqueie o uso de software pelo setor privado feito pela empresa com sede em Moscou, há muito vista pelas autoridades dos EUA como uma séria ameaça à segurança nacional dos EUA. Os departamentos de Comércio e Justiça e a Kaspersky se recusaram a comentar. A empresa há anos nega irregularidades ou qualquer parceria secreta com a inteligência russa.

 

A Security Report entrou em contato com a Kaspersky para comentar o caso e disponibiliza o comunicado na íntegra:

 

“A Kaspersky está sempre disposta a conversar com os representantes do governo dos Estados Unidos e esclarecer todas preocupações em relação aos seus produtos e serviços. A empresa continua demonstrando compromisso contínuo com a integridade e confiabilidade de suas tecnologias por meio de sua Iniciativa Global de Transparência.

 

Infelizmente, a falta de respostas do governo americano às tentativas amigáveis de contato da Kaspersky, ao mesmo tempo em que toma medidas para restringir a empresa, indica claramente que tais restrições regulatórias são decisões políticas baseadas em especulações e não em fatos.

 

Desde 2017, não há nenhuma evidência pública ou devido processo que justifique qualquer ação contra a Kaspersky. A empresa acredita que qualquer ampliação às proibições ou restrições é uma reação ao ambiente geopolítico e não se baseiam em uma avaliação da integridade técnica dos produtos e serviços da Kaspersky.”

 

*Com informações da Agência Reuters 

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