A fascinante comunicação do meio físico com o mundo virtual torna tudo mais inteligente e prático. A Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) pode ser utilizada tanto em nossas casas como em todos os setores do mercado e tem um futuro promissor: segundo o IDC, no Brasil este mercado deve movimentar aproximadamente US$ 7 bilhões em 2020, valor 71% maior que em 2015. Mas, é necessário lembrar que existe um ponto ser discutido e aprimorado para que essa tecnologia seja cada vez mais viável: a segurança.
A Internet das Coisas conecta dados para beneficiar a sociedade e, atualmente, isso acontece no mundo das mais diversas formas: tags de pedágio e estacionamento que nos poupam de ficar em filas, na área de saúde colaborando com o tratamento de pacientes por meio de pulseiras inteligentes, em cidades controlando a emissão de poluentes ou, ainda, para monitorar o comportamento do consumidor por meio de tags de identificação em sacolas de lojas físicas. O campo de atuação é vasto e não para por aí. É possível realizar gestão e controle para aprimorar os negócios, reduzindo custos e aumentando as vendas.
Entretanto, uma recente pesquisa da Symantec identificou que em 2015 houve um grande salto no número de ameaças à IoT e que algumas delas permanecem ativas em 2016. Como tudo está conectado, os cibercriminosos encontram mais falhas de segurança, pois existe um maior volume de portas de entrada. Eles sabem que normalmente não há atenção aos itens de segurança, dentre eles os mais básicos, como senhas que tendem a ser simples mesmo com a missão de proteger a privacidade de dados relevantes. Como existem vários dispositivos que contém informações preciosas sobre uma pessoa ou companhia, os riscos são altos caso não sejam gerenciados.
Assim, as companhias precisam estar ainda mais atentas a segurança de suas informações, pois seus dados não são apenas delas. Seus dispositivos conectados possibilitam acesso a informações importantes sobre os negócios em que atuam, de seus clientes e, por consequência, dos consumidores. Por isso, tais dados não podem oferecer riscos, uma vez que isso traria perda financeira e de credibilidade perante os clientes. Felizmente, o mercado de tecnologia respira evolução e já existem players que se dedicam a pesquisas, com milhares de patentes em todos os mercados e soluções seguras e atualizadas para viabilizar a expansão da Internet das Coisas.
Vale ressaltar que é necessário que as empresas expliquem aos consumidores de que forma seus dados serão utilizados: como, para que, onde e quando farão uso de suas informações pessoais. Para que essa troca e integração aconteça de forma saudável – e segura –, é importante que a sociedade cobre o poder público pelo desenvolvimento de regulamentações que tragam regras e práticas claras a serem seguidas. Antes cobrávamos apenas a proteção física, mas nossa realidade também se tornou virtual e conectada, ou seja, temos muito mais para proteger.
Ainda, com uma maior privacidade das informações, haverá mais confiabilidade no uso da Internet das Coisas pela sociedade como um todo. Afinal, a integração de itens de sua casa com o celular, por exemplo, não é comum e o desconhecido pode gerar desconfiança. Orientação e informação também fazem parte do desenvolvimento de um segmento e, nesse ponto, chegamos a mais um item de interesse para que o mercado cobre essa atenção dos órgãos reguladores.
Podemos ter boas expectativas, pois as empresas percebem cada vez mais o valor que essa tecnologia possui e isso fica nítido quando vemos o crescimento do investimento feito nela, como mencionei anteriormente. Tanto a indústria como o varejo, por exemplo, podem utilizar a Internet das Coisas para resultados relevantes, como: melhorar e acelerar as vendas, reduzir custos na cadeia logística, otimizar tempo e custo controlando ativos e obter informações para gerar campanhas de marketing.
Certamente, tais benefícios são apenas o início do que pode ser conquistado pelo mercado corporativo – e a sociedade como um todo – com essa tecnologia. Sua combinação com o Big Data e a inteligência artificial trarão ainda mais novidades em um futuro bem próximo. Destaco com otimismo que o mercado de IoT, mesmo em meio à crise que vivemos no Brasil, possibilita um mundo de oportunidades. Da geração de novos postos de trabalho a novos negócios, há uma busca constante por tecnologias que facilitem o dia a dia e tenho convicção de que a IoT será protagonista disso.
* Antônio Carlos Guimarães é Evangelista de Cloud da Fujitsu do Brasil