Inteligência artificial e cibersegurança se tornam diferenciais também para o agronegócio

Tecnologias devem ser aplicadas não só para as atividades na lavoura, como também para a gestão dos empreendimentos, com as especificidades que a área exige, apontam especialistas

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Que as lavouras estão mecanizadas e inteligentes, não há dúvidas: a eficiência do agronegócio brasileiro é referência no mundo, e decorre em boa parte do avanço tecnológico nas práticas de produção. O passo a ser dado, agora, está na automação dos processos de gestão. Nesse salto está o grande diferencial para o setor.

 

Essa foi uma das mensagens transmitidas no “Agrotech – encontro de tecnologia e tendências de gestão no agronegócio”, promovido no final de 2021 pelo ROIT BANK, fintech e accountech com sede em Curitiba e clientes corporativos das mais diversas atividades econômicas, e pela Agrotis, fornecedora de soluções em tecnologia da informação (TI) voltadas ao agro. A webinar envolveu profissionais e empreendedores da cadeia do agronegócio.

 

Fundador e CEO do ROIT BANK, Lucas Ribeiro, apresentou aplicações práticas de inteligência artificial e robotização em gestão contábil, fiscal, tributária e financeira, adequadas às especificidades de corporações ligadas ao campo. Por meio de robôs e inteligência artificial, ganha-se em agilidade e em precisão na gestão contábil, fiscal, tributária e financeira das empresas. 

 

O chefe de Segurança da Informação da Ativy Digital, Bruno Giordano, pontuou a importância da cibersegurança para as empresas do agronegócio. A Ativy Digital é especializada em soluções em nuvem, e traz a preocupação com a proteção na internet na sua identidade. “Até o final de 2021, as empresas [em todo o mundo] terão investido US$ 1 trilhão em cibersegurança. No entanto, o cibercrime deverá lucrar US$ 6 tri”, comparou Giordano, frisando a volúpia dos cibercriminosos.

 

O especialista sublinhou a importância do que chama de “gestão de vulnerabilidades”, o que inclui da identificação das fragilidades às correções, passando por providências preventivas. Particularmente para o agronegócio, os principais riscos estão na ofensiva de ransomware, violação de dados e indisponibilidade de sistemas.

 

“Temos casos como um em que determinado colaborador foi carregar um celular, conectando a um computador [da empresa agropecuária]. Só que ele não sabia que o celular estava com uma ameaça embarcada. Quando conectou o celular no computador, acabou disseminando essa ameaça, afetando, inclusive, a planta industrial. Ou seja, é um problema que impacta também a produção”, exemplificou Giordano.

 

De acordo com o levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o agronegócio já incorporou internet (70% dos negócios) e aplicativos (57%) estão entre as mais recorrentes; GPS (20%), imagens de satélites (17%) e sensores (16%), como aquelas ligadas diretamente ao processo produtivo. Já tecnologias de gestão estariam em 22% dos empreendimentos. “Um dos desafios é estabelecer a integração entre essas tecnologias”, afirmou o diretor Comercial da Agrotis, Evaldo Hansaul.

 

Na visão do executivo, alguns pontos são importantes para reflexão, baseados em dúvidas comuns entre os profissionais e empreendedores do agronegócio, quando o assunto é transformação digital. Por exemplo, certa resistência à incorporação de novas tecnologias e práticas, algo apontado pelos debatedores do evento como um aspecto cultural de, no primeiro momento, refutar o novo.

 

Outra questão trazida por Hansaul se refere à guarda e ao tratamento de dados e informações, os quais muitas vezes ficam restritos a um profissional ou pequena equipe. Os dados e o conhecimento gerados devem ser entendidos como algo da organização, não algo de propriedade de alguém. Nesse aspecto, a automação e a inteligência artificial tornam o conhecimento produzido como algo organizacional, assinalaram os debatedores.

 

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