IA e Agentes Autônomos: Como a Segurança da Informação se reinventa nas organizações

Especialistas discutem como IA generativa, agentes automatizados e novas ameaças estão redefinindo governança, risco e o papel da Segurança da Informação nas organizações

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A evolução dos agentes autônomos e ferramentas impulsionadas por Inteligência Artificial são elementos que aceleram a transformação digital e podem se tornar parte da estratégia de negócio. Nesse contexto, líderes de Cibersegurança discutiram os impactos da inovação contínua, o avanço da IA generativa e os desafios emergentes que já começam a moldar uma nova superfície de risco para as organizações.  

 

Eles apontam que além da inovação tecnológica, cresce também a pressão sobre as áreas de SI para garantir governança, continuidade e proteção. Durante o Painel de Debates no Security Leaders Nacional, em São Paulo, Marcelo Amaral, CISO do Banco Safra, destacou que a Segurança vive hoje uma jornada dupla, a qual consiste em acompanhar o ritmo da inovação do negócio e, ao mesmo tempo, inovar dentro da própria área. 

  

“O profissional de Segurança precisa ser multidisciplinar. Quem domina só uma ferramenta perde espaço. O novo perfil combina conhecimento técnico, visão de produto e entendimento de IA”, afirmou o executivo, reforçando que a disciplina passa por uma mudança estrutural impulsionada pela pressão por eficiência e automação. 

  

Já Ageu Pedro, Diretor de Tecnologias e Produtos Digitais da Leroy Merlin, reforçou que inovação e Segurança não devem ser tratadas como caminhos opostos. Para ele, a maturidade só é alcançada quando essas áreas atuam de forma integrada desde o início das iniciativas. 

  

“IA só gera valor quando nasce com Segurança. Esse diálogo próximo entre times é o que permite inovação responsável e alinhada ao negócio”, explicou, lembrando que a empresa adota modelos globais para avaliar riscos, retorno e impacto regulatório antes do lançamento de qualquer projeto. 

  

A importância da governança também foi ressaltada por Mihran Kahvedjian, Head de Data Analytics e Data Protection do Santander Brasil. Ele destacou que a adoção de IA em larga escala exige frameworks próprios, capazes de antecipar riscos antes mesmo da existência de regulamentações específicas. 

  

“Se esperarmos tudo estar regulado, ficaremos atrás. Governança se constrói com inventário de iniciativas, critérios claros e supervisão humana”, comentou. Segundo ele, com o aumento exponencial de aplicações de IA, não é mais viável imaginar que áreas de privacidade e risco conseguirão revisar cada caso individualmente — e por isso a priorização baseada em impacto se torna essencial. 

  

A discussão entre os especialistas também abordou caminhos para mitigar a chamada Shadow AI, tendência que preocupa todas as empresas. A análise indicou que, mais do que bloquear ferramentas, o essencial é construir políticas de uso responsável, ampliar visibilidade sobre dados e educar colaboradores para evitar vazamentos involuntários. 

  

Esse ponto foi reforçado por Caroline Maneta, Líder de Vendas da Dell Technologies na América Latina. Para ela, a indústria já percebe que o equilíbrio entre inovação e cibersegurança é um desafio para 83% das empresas, segundo pesquisa da companhia. 

  

“O problema não é usar IA, mas garantir que ela faça sentido estratégico, com segurança, governança e retorno para o negócio”, explicou. A executiva destacou ainda que a própria IA deve ser usada para potencializar Segurança, ampliando telemetria, resposta a incidentes e observabilidade. 

  

Acompanhe a íntegra do Painel de Debates “Inovação & Cibersegurança: dos super agentes à computação quântica, o futuro já chegou?” pelo canal da TVSecurity no YouTube ou pelo vídeo abaixo:

 

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