Uma sofisticada campanha de hackers, lançada a partir de computadores na China, se concentrou em operadores de satélites, empresas de defesa e de telecomunicações nos Estados Unidos e sudeste da Ásia, disseram pesquisadores de segurança nessa terça-feira (19). O ataque parece ser impulsionado por metas nacionais de espionagem, como a interceptação de comunicações militares e civis.
Essas capacidades de interceptação são raras, mas não são inéditas, e os pesquisadores não puderam dizer quais comunicações, podem ter sido comprometidas. O mais perturbador neste caso é que os hackers infectaram computadores que controlavam os satélites, de modo que eles poderiam ter mudado as posições dos dispositivos em órbita e interrompido o tráfego de dados.
“A interrupção dos satélites poderia deixar as instalações civis e militares sujeitas a grandes polarizações (no mundo real)”, disse Vikram Thakur, diretor técnico da Symantec. “Somos extremamente dependentes de sua funcionalidade.”
Segundo o executivo, o acesso dos hackers foi removido dos sistemas infectados e a empresa já compartilhou informações técnicas sobre o ataque com o FBI e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, junto com agências de defesa na Ásia e outras empresas de segurança.
Thakur disse que a companhia detectou o uso indevido de ferramentas de software comuns em sites de clientes em janeiro, levando à descoberta da campanha em alvos não identificados. Ele atribuiu o ataque a um grupo conhecido como Thrip.
Não ficou claro como esse grupo conseguiu entrar nos sistemas mais recentes. No passado, dependia de e-mails enganosos que infectavam anexos ou levavam os destinatários a links maliciosos. Desta vez, ele não infectou a maioria dos computadores de usuários, em vez disso se movimentou entre os servidores, dificultando a detecção.
Seguindo sua postura costumeira, a Symantec não culpou diretamente o governo chinês pelo ataque. A empresa disse que os hackers lançaram sua campanha de três computadores no continente. Em teoria, essas máquinas poderiam ter sido comprometidas por alguém em outro lugar.
* Com informações da Agência Reuters