O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) promoveu o 5º Webinário de Segurança da Informação, organizado pelo Departamento de Segurança da Informação da Secretaria de Segurança da Informação e Cibernética (DSI/SSIC/GSI/PR). O evento reuniu especialistas do Tribunal de Contas da União (TCU), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do próprio GSI para discutir o cenário atual e as perspectivas da área.
O evento destacou que a cultura de segurança da informação deve ser tratada como pilar estratégico da administração pública. Segundo os especialistas, ações de conscientização e educação precisam ser contínuas e adaptadas às demandas reais de cada instituição. Um dos pontos centrais do debate foi o autodiagnóstico da Política Nacional de Segurança da Informação, apresentado como ferramenta essencial para medir o nível de maturidade dos órgãos federais e orientar políticas públicas mais eficazes. O instrumento deve contribuir para a construção de um panorama nacional sobre o estágio da segurança da informação no setor público.
Os participantes também discutiram a distinção entre informação ostensiva e informação classificada, reforçando que a publicidade é a regra no serviço público, conforme a Constituição Federal e a Lei de Acesso à Informação. Ainda assim, lembraram que há hipóteses de restrição de acesso, especialmente quando a divulgação oferece riscos à segurança do Estado ou da sociedade. Além das informações classificadas, a legislação prevê sigilo para dados pessoais, segredos industriais, informações de pesquisa e conteúdos protegidos por decisão judicial.
O painel destacou ainda a governança específica envolvida no tratamento de informações classificadas, que abrange o GSI/PR, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Comissão Mista de Reavaliação de Informações. Também foram mencionadas normas sobre criptografia de Estado e novas diretrizes para tratamento de dados sensíveis em ambientes de nuvem, reforçando a necessidade de processos maduros e rigorosos.
Outro tema recorrente foi a articulação entre Segurança da Informação e Segurança Cibernética. Embora distintas, as duas áreas atuam de forma complementar e precisam estar alinhadas para garantir resiliência institucional. Como exemplo, os especialistas citaram a Rede Federal de Gestão de Incidentes Cibernéticos, iniciativa voltada ao fortalecimento da cooperação entre órgãos e ao aprimoramento da capacidade nacional de prevenção e resposta a incidentes.
Além dos aspectos técnicos, foi discutido os desafios estruturais, como limitações orçamentárias e necessidade de aperfeiçoamento da governança. A gestão de riscos foi enfatizada como elemento central diante de um cenário digital marcado por ameaças crescentes. Tendências globais, como soberania digital, participação do Brasil em fóruns internacionais de TIC e cibersegurança e regulação de tecnologias emergentes, também foram abordadas.
O webinário reforçou que o fortalecimento da Segurança da Informação no setor público depende de integração institucional, maturidade de governança e investimentos contínuos em capacitação. Para os especialistas, proteger dados e sistemas é uma responsabilidade compartilhada e fundamental para garantir a continuidade dos serviços públicos e a confiança da sociedade no Estado brasileiro.