Hoje, é visível que a proteção de dados passou a ser tratada como questão de segurança de Estado. Os números dessa guerra digital impressionam. Em 2022, o Brasil sofreu 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, segundo levantamento da Fortinet. Essa quantidade representa cerca de 30% de todos os casos registrados na América Latina e Caribe, que somaram 360 bilhões.
Além disso, conflitos militares como o que acontece na Ucrânia, e o recém-iniciado entre Israel e Palestina, evidenciam como a defesa nacional está hoje atrelada também à capacidade de monitorar e se proteger de ataques digitais. Horas após militantes do Hamas lançarem foguetes em direção a Israel, “hacktivistas” iniciaram ataques direcionados contra sites e aplicativos israelenses e palestinos.
Algumas entidades alegam ter efetuado roubos de dados, atacado provedores de serviços de internet e invadido o sistema de alerta de mísseis israelense, conhecido como Red Alert. No total, na primeira semana do conflito, foram registrados ao menos 60 ataques a sites, metade deles pertencentes ao governo de Israel.
Asssim, o Governo Federal datou para este mês a implementação de um projeto de dimensões nacionais de monitoramento, em tempo real, de ameaças cibernéticas nas áreas de energia, transportes, comunicações, óleo e gás e segurança pública. Com aporte de R$ 16 milhões, a Clavis Segurança da Informação foi uma das 25 empresas brasileiras selecionadas, por meio de edital público, para atuar na proteção de infraestruturas críticas do país. O projeto é uma parceria envolvendo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério da Defesa e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – a implantação deve ocorrer até 2026.
A fornecedora fará companhia a outras empresas que produzem foguetes, radares e outros produtos. Todos os projetos somam R$ 238 milhões em investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para fomentar a inovação na Base Industrial de Defesa (BID). De acordo com o governo federal, é o maior volume de subvenção econômica já destinado a este setor estratégico da indústria nacional.
A Clavis colocará sua tecnologia para proteger dados de empresas que realizam atividades estratégicas, como transmissão de energia elétrica, controle de embarcações, tratamento de água, óleo & gás e segurança pública. “Um ciberataque começa no meio digital e logo transborda para o mundo físico, trazendo prejuízos concretos e que podem até colocar em risco a vida de milhões de pessoas.”, diz o CEO Victor Santos.
Criada há 18 anos na incubadora de empresas da COPPE, hoje vinculada ao Parque Tecnológico da UFRJ, a Clavis foi homologada pelo Ministério da Defesa como “Empresa Estratégica de Defesa”. Além disso, seus dois produtos também receberam a chancela de “Produto Estratégico de Defesa (PED)”: o Clavis Octopus SIEM, que centraliza informações internas para identificar um ataque em tempo real; e o Clavis BART Vulnerability Management, de gestão centralizada de vulnerabilidades.