Pix lidera perdas com fraudes no Brasil, atingindo R$ 25,5 bilhões em um ano

Estudo da Silverguard revela que esse meio de pagamento é o mais rentável para os cibercriminosos, com prejuízos superiores ao roubo e furto de celular e golpes com cartões de crédito. WhatsApp e outras redes sociais são os principais vetores de ataque

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A Silverguard publicou hoje (12) a segunda edição de seu estudo anual “Golpes com Pix no Brasil”, em que analisa as principais tendências de fraudes envolvendo o meio de pagamento. O estudo constatou que o Pix possui o maior prejuízo por golpes no país, atingindo R$ 25,5 bilhões nos últimos 12 meses. Esse valor coloca o meio de pagamento automático do Brasil como o mais rentável para os cibercriminosos, com prejuízos superiores ao roubo e furto de celular, R$ 22,8 bilhões, e aos golpes com cartão de crédito, com R$ 18,3 bilhões.

 

Segundo o Gerente de Operações do Pix no Bacen, Carlos Brandt, a evidência de como o Pix se tornou o alvo principal de fraudadores está na quantidade de procedimentos abertos no Mecanismo Especial de Devolução (MED), usado para solicitar o retorno de algum pagamento inadequado do Pix. Apenas em 2023, foram abertos 2,5 milhões de MEDs pelo país.

 

“Vale ressaltar que esse número não reflete a quantidade total de fraudes com Pix no Brasil, pois o MED ainda é um método pouco conhecido e utilizado por pessoas enganadas por golpistas. Por isso, um dos focos principais no departamento operacional do Pix é seguir ampliando as possibilidades de combater essas fraudes”, explica Brandt, durante webinar de apresentação do relatório.

 

As informações também apontam que 8 em cada 10 golpes com o Pix se iniciam por meio de canais da Meta, em especial WhatsApp (39%), Instagram (22,6%) e Facebook (17,7%). A CEO e Fundadora da Silverguard, Márcia Netto, reforça ainda que compras fraudulentas pela web seguiram como o maior método de fraude neste ano, respondendo por 44,9% dos incidentes.

 

Raio-x dos golpistas

Para responder a esse contexto desafiador, o estudo elaborou uma análise sobre o perfil dos golpistas que passaram a usar o Pix como canal de transferência principal. Hoje, os fraudadores diversificam suas atividades entre grandes organizações criminosas, com tecnologia de ponta para promover grandes golpes, e os golpistas individuais, que utilizam meios de engenharia social e Fraud as a Service (FaaS) para gerar seus lucros.

 

Conforme explica a CEO e Fundadora da Silverguard, Márcia Netto, estratificar esses perfis de criminosos pode ajudar o mercado financeiro a estabelecer medidas coordenadas contras as fraudes no Pix. Isso é feito com a ampliação das campanhas de conscientização, bem como o bloqueio de contas bancárias como ação preventiva às fraudes. A CEO ainda defende maior divulgação de recursos como o MED para responder a situações de fraude.

 

“O Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil. Por isso, Se acelerarmos a denúncia para o banco de destino, a chance de devolver o dinheiro à vítima aumenta muito, além de reduzir riscos reputacionais, jurídicos e regulatórios, com menos golpes e MEDs”, conclui a executiva.

 

O meio de pagamento também é alvo constante de vazamentos de dados, por meio da perda de chaves Pix sob os cuidados das instituições financeiras. Nesta semana, se contabilizou o 16º incidente do tipo em 2024, com informações ligadas a 644 chaves vazadas da Caixa Econômica Federal.

 

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