Gerente do Banco da Amazônia é preso por facilitar fraude cibernética

O mandado foi executado em Santa Inês, no Maranhão, contra um suspeito de facilitar a fraude de R$ 107 milhões de contas individuais mantidas na instituição. A Polícia Civil de Minas Gerais ainda deteve dois outros indivíduos que receberam parte do valor desviado

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Em uma operação coordenada, as Polícias Civis de Minas Gerais e do Pará executaram as ordens de prisão de três indivíduos por suspeitas de um desvio milionário contra o Banco da Amazônia. Entre os detidos está o gerente de uma agência da instituição em Santa Inês, no Maranhão, que teria facilitado o acesso dos agentes hostis a contas bancárias de clientes para concretizar os desvios.

 

Segundo informações apuradas pelo portal G1, o gerente teria cedido suas credenciais privilegiadas para que cibercriminosos acessassem o ambiente interno do banco e capturassem os dados de contas do Banco mantidas em Belém. A partir disso, os cibercriminosos promoveram transferências para contas laranja em dez estados do país, totalizando R$ 107 milhões de prejuízo.

 

Os outros dois suspeitos, homens de 24 e 28 anos, foram encontrados pelas autoridades na região centro-sul de Belo Horizonte, enquanto tentavam sacar, em dinheiro vivo, R$ 2 milhões vindos da operação criminosa. As investigações indicam que a dupla recebia entre R$ 50 mil e R$ 200 mil para que suas contas fossem usadas como laranja.

 

“Um dos suspeitos apresentou um contrato de compra e venda, que ele mesmo falsificou, para justificar que ele teria transferido um imóvel nesse valor —R$ 2 milhões —que teria caído na conta dele”, explicou o delegado da Polícia Civil Anderson Kopke, responsável pelas investigações em curso. Pelos cálculos da polícia, cerca de R$ 30 milhões da quantia desviada alcançou a capital mineira.

 

Em nota enviada à Security Report, o Banco da Amazônia informou que está colaborando ativamente com as autoridades policiais para esclarecer os fatos e restituir tanto a instituição quanto os clientes invadidos. A empresa ainda reafirmou seu compromisso com a transparência e a ética em todas as suas operações.

 

O acesso aos dados críticos de instituições financeiras é um dos ativos de grande interesse para o cibercrime brasileiro e global, pois, por meio dessas informações, é possível ter contato direto com os recursos de clientes. Uma ocorrência recente atingiu a corretora de criptomoedas Coinbase, que admitiu que cibercriminosos contrataram insiders para viabilizar invasões por engenharia social e roubar dados de clientes da empresa.

 

A Security Report divulga, na íntegra, nota divulgada pelo Banco da Amazônia:

 

“O Banco da Amazônia informa que está colaborando ativamente com as autoridades policiais para esclarecer os fatos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a ética em todas as nossas operações”.

 

*Com informações do Portal G1

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