Fraudes com Pix e QR Code crescem na América Latina, aponta pesquisa

Levantamento mostra as principais táticas utilizadas e os tipos de vulnerabilidades exploradas por criminosos ao realizarem fraudes financeiras em países da América Latina

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Segundo o levantamento da Apura Cyber Intelligence a revolução dos pagamentos instantâneos na América Latina tem dois lados, o  grande avanço tecnológico que democratizou o acesso ao sistema financeiro na região, com transferências em tempo real e uma nova fronteira para o cibercrime. De acordo com a pesquisa,  milhões de usuários adotam plataformas como o Pix (Brasil), SPEI e CoDi (México) e o Sistema de Transferências 3.0 (Argentina), aumentando significativamente o acesso a serviços financeiros na região, os criminosos digitais aproveitam brechas para aplicar golpes cada vez mais sofisticados.

 

Os pesquisadores apontaram que o Brasil talvez seja o caso mais emblemático, devido a popularidade do Pix. Mas a mesma velocidade que facilita a vida também alimenta o crime, dados divulgados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em março de 2025, mostraram que as fraudes via Pix cresceram 43% em dois anos, resultando em perdas de R$ 2,7 bilhões. O total de prejuízos com fraudes financeiras atingiu R$ 10,1 bilhões em 2024, um aumento de 17% em relação a 2023.

 

Golpe do falso suporte 

 

A análise explicou que o “golpe do falso suporte” é um clássico do novo crime digital. Os criminosos fingem ser do banco e induzem a vítima a transferir dinheiro ou compartilhar dados sensíveis. O “WhatsApp clonado” segue a mesma linha, com criminosos pedindo dinheiro a contatos da vítima. E a modalidade mais brutal? Sequestros relâmpagos com transferências forçadas.

 

Segundo Vitor Pereira, especialista em Fraudes Cibernéticas da Apura Cyber Intelligence, as quadrilhas também têm usado táticas mais silenciosas. “Eles mapeiam instituições e testam chaves Pix em aplicativos para validar os dados das contas bancárias. Esse processo, chamado enumeração, é a porta de entrada para uma série de fraudes”.

 

Para enfrentar essas vulnerabilidades, o especialista explicou que as  instituições e governos têm adotado medidas para proteger a população como criptografia, autenticação robusta e monitoramento em tempo real, mas ainda não é o suficiente. “Os cibercriminosos evoluem continuamente, exigindo inovação constante em segurança. Apesar dos desafios, os pagamentos instantâneos seguem expandindo, impulsionando a economia digital”, reforçou.

 

A análise explica que tecnologias como o BTTng, desenvolvido pela Apura, buscam identificar possíveis ameaças, ajudando assim no combate a elas. Ele monitora ações ligadas às empresas, oferecendo informações atualizadas e acionáveis, essenciais para que essas não sejam surpreendidas por ataques digitais. Apenas em 2024, o BTTng gerou mais de 1000 boletins e, além disso, pôde notar que houve um aumento de 164% em termos de credenciais vazadas e 200% em relação ao número de cartões vazados no mundo. “Quando conseguimos entender como os criminosos agem e usamos ferramentas de análise profunda, podemos combater à altura e tentar mitigar as possibilidades de ataques”, diz Pereira

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