Em reunião realizada ontem, 01, os líderes do Senado confirmaram a inclusão do PL 2.630/2020, que tem por objetivo combater as fake news, na pauta da sessão remota de terça-feira, 02. A proposta, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), prevê normas e mecanismos de transparência para redes sociais e serviços de mensagens da internet para combater abusos, manipulações, perfis falsos e a disseminação de notícias falsas.
O tema é de extrema relevância na atualidade, uma vez que a internet faz parte da vida das pessoas e exige um aculturamento de boas práticas de uso, tanto nos quesitos de direitos quanto em deveres do cidadão. Além disso, o assunto está diretamente relacionado ao universo da conectividade, tecnologia e Segurança, qualquer incidente macroeconômico, político ou social tem impacto nas ações humanas, nos negócios e como os gestores lidam com riscos cibernéticos.
Este foi o tom da conversa no GS Entrevista dessa semana, produzido pela TVD. Comandado pela jornalista e diretora editorial da Security Report, Graça Sermoud, o programa contou com a participação de Walter Capanema, coordenador de Defesa das Prerrogativas nos Processos Eletrônicos e AI da OAB-RJ e João Paulo de Carvalho, promotor de Justiça do MP da Bahia e coordenador do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos.
Os especialistas destacaram como as fake news têm impactado na vida da sociedade, ações que também são refletidas no mundo corporativo. Além de fomentar confusão e desserviço para o cidadão, notícias falsas podem ser usadas pelos cibercriminosos para enviar links com phishing e abrir brechas de segurança.
Segundo os especialistas, existem várias formas de atuar em uma fake news, basta ter alguém disposto a produzir uma foto montagem ou um texto mentiroso e fazer a informação circular para o maior número de pessoas. A ação de cibercriminosos, inclusive, usa de recursos de fake news para obter dados sensíveis, aplicar golpes e obter vantagem financeira.
“É questão de segundos para o cibercrime pegar seus dados e usar de forma ilícita”, alerta Capanema. “Já o cibercrime especializado, que tem mais experiência em aplicar golpes, usa melhor a expertise para comenter crimes mais sérios, mais orquestrados e com impacto maior no mundo corporativo e em órgãos governamentais”, completa Carvalho.
Ele destaca a importância de entender a era digital e como isso impacta nos novos paradigmas da investigação criminal. E Capanema alerta a necessidade de equilíbrio no consumo da internet, algo que tornou o planeta mais transparente e fácil acesso a informações, mas que pode ser amplamente prejudicada pelas fake news. Ele desenvolveu uma cartilha sobre o tema que pode ser baixado aqui.
A entrevista está disponível na íntegra no canal da TVD no Youtube.