Ao contrário de um ataque aéreo ou terrestre, em que as consequências são imediatas, um ciberataque começa de maneira sutil, camuflada e pode levar tempo. Na maioria dos casos, leva meses até que ele seja detectado ou então só se percebe quando o estrago já está feito. Por isso, é preciso estar preparado sempre. “Segurança fraca é igual teto de vidro, uma hora quebra”, afirmou um oficial sênior da Força de Defesa de Israel, que não pôde ter seu nome revelado, durante encontro com jornalistas na CyberTech, feira que aconteceu nesta semana em Tel Aviv.
Ser responsável pela defesa de um país como Israel é um desafio e tanto. “Vivemos a era da MOT, ou seja, Military of Things”, uma clara alusão aos riscos da IoT, bastante utilizados para realizar ataques. Vendo por esse lado, o futuro pode ser problemático: até 2020, um milhão de novos aparelhos se conectarão à rede por hora. “A internet pode fazer coisas maravilhosas por nós, mas o contrário também é real. Todos os dias surgem novas ferramentas que são usadas contra as instituições. E a segurança, como fica? ”, questiona o militar.
A chegada da IoT e o fim do perímetro traz elementos singulares no que diz respeito à Segurança da Informação, diferentemente do ambiente físico. “No mundo real, temos bordas, fronteiras, leis a serem respeitadas e seguidas. No virtual não. É tudo muito recente e vamos aprendendo diariamente na prática. É como se fosse uma selva”, resume.
Por ser uma “terra” sem lei, o oficial defende uma arquitetura de segurança baseada em tecnologias de big data analytics. “Um plano de inteligência se constrói com dados, informações”. E completa: segurança é um dever de todos e deve ser patrocinada por todos os setores. “Segurança é algo que diz respeito à proteção daquilo que é importante para o indivíduo, instituição ou nação, ou seja, nossas vidas, nossos familiares, nosso patrimônio e assim por diante”, finaliza.
* Alexandre Finelli viajou à Tel Aviv a convite do Consulado de Israel no Brasil