Lideranças e Segurança da Informação em diversos setores da economia nacional participaram de uma roundtable no Proofpoint Protect Tour para debater tendências de proteção de dados e usuários de riscos baseados no fator humano. Nesse sentido, os painelistas alertaram para a necessidade de transformar o relacionamento estratégico com o negócio, diante de tantas inovações tecnológicas que chegam ao mercado cotidianamente.
Esse alerta parte do Product Manager do Itaú Unibanco, Carlos Alberto Silva, que reforçou a demanda por preparar a Cibersegurança na habilitação segura dessas inovações. “A Inteligência Artificial já faz parte do nosso dia a dia e agora começamos a ver novos impactos dos agentes autônomos de IA. Estamos nos preparando para proteger essas soluções e permitir que elas sejam usadas de forma segura? Quando a Computação Quântica também chegar, estaremos prontos? São questões que precisamos avaliar cada vez mais junto às organizações”, disse ele.
Lucas Correa, Gerente de Cybersecurity na GOL Linhas Aéreas, reforça a fala do colega, relembrando que todo o setor de Tecnologia da Informação continua buscando entender os impactos das novas tecnologias, especialmente no que envolve os próprios usuários. Na visão do executivo, os colaboradores estão na linha de frente da aplicação de inovações como IA e, portanto, o foco da Segurança deve seguir na mitigação de riscos baseados no ser humano.
Deste modo, os debatedores sugerem que os líderes e times de Cyber participem cada vez mais da aplicação dessas transformações, como forma de garantir que a Segurança se torne tema central desde a concepção desses planejamentos. O Líder Global de SI da Braskem, Júlio Concilio, avalia que entender as dores da corporação e formar um checklist com as principais urgências tecnológicas é um primeiro passo para coordenar essa participação
“Eu aprendi atuando nesse setor que, quanto mais conhecemos o nosso ambiente, incluindo recursos legados, mais preparados estaremos para enfrentar as adversidades. Nesse sentido, ter uma lista de demandas organizada segundo a sua prioridade nos permite monitorar diretamente o pipeline inovador da organização, viabilizando implementações de forma natural e eficiente”, acrescenta Concílio.
Papel dos CISOs na inovação
De acordo com a CISO do Grupo RaiaDrogasil, Mariana Werson, essa aproximação da SI com a inovação ressalta como a Segurança Cibernética não é uma atividade solo, mas sim compartilhada entre todos os departamentos. Por isso, os líderes do setor devem compreender novas maneiras de alinhar suas demandas com o board, utilizando abordagem e linguagens que aproximem os C-Levels da SI.
Por meio desse posicionamento mais executivo, se torna possível formar alianças corporativas com o negócio com vistas a posicionar o setor como advisor habilitador das inovações, garantindo equilíbrio entre proteção e desenvolvimento do business. “Nosso desafio é olhar a própria capacidade de aplicar recursos novos, gerindo processos de risco corporativo. Entendo, então, que essa posição de aconselhamento tende a agilizar o trabalho dos líderes e facilitar a adoção das inovações”, acrescenta o CISO da Klabin, Cleber Ferreira.
Mariana também destacou que os parceiros da Indústria também cumprem um papel nessa aproximação, principalmente quando buscam consolidar os seus ecossistemas com vistas a torná-los mais enxutos. “Isso ajuda a melhorar a eficiência operacional e dar mais poder de negociação da SI com os conselhos. Ao concentrar os serviços e ferramentas disponíveis, é possível otimizar os custos, facilitar a gestão de incidentes e reduzir a complexidade dos processos internos, abrindo mais espaço para a inovação na agenda dos CISOs”, conclui.