Segundo o Relatório de Inteligência de Ameaças da Check Point Software, uma organização no Brasil está sendo atacada em média 2.720 vezes por semana nos últimos seis meses – de agosto 2024 a janeiro 2025 – em comparação com 1.845 ataques por organização no mundo. A descoberta vem à esteira de dados colhidos também pela Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP): segundo o órgão, o número de crimes digitais praticados no Brasil em 2024 cresceu 45% em relação ao ano anterior, somando cerca de 5 milhões de fraudes, sendo as mais comuns os golpes bancários, phishing e engenharia social.
A crescente adoção de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e computação em nuvem, nas operações empresariais fez aumentar a necessidade de incorporar a ética e a transparência na gestão de dados corporativos e pessoais. De um lado, a pressão dos consumidores por maior controle sobre suas informações exige que as empresas adaptem suas estratégias para atender às regulamentações e às expectativas de um mercado cada vez mais consciente. De outro, a prevenção para que dados corporativos e até pessoais não sejam sequestrados para ataques de ransomware, entre outras ameaças e ciberataques.
Nesse sentido, o gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software no Brasil, Fernando de Falchi, ressalta que a privacidade de dados deixou de ser somente uma questão de conformidade regulatória para se consolidar como uma prioridade estratégica nas organizações. Empresas que integram a proteção de dados em sua operação têm uma vantagem competitiva significativa, impulsionando confiança do consumidor, inovação e eficiência operacional.
“Diante disso, as organizações devem atentar a outros fatores para um plano estratégico de proteção de dados, como a falta de treinamento adequado sobre práticas de privacidade que pode resultar em violações de dados, multas severas e danos irreparáveis à reputação. Por isso, investir em programas robustos de treinamento não é apenas uma exigência legal, mas uma estratégia para criar uma cultura de segurança e confiança”, afirma Falchi.
Assim, a interseção entre IA e privacidade de dados apresenta tanto oportunidades quanto desafios. “Ao incorporar segurança e privacidade desde a concepção, as organizações podem maximizar o potencial da IA enquanto garantem conformidade e protegem os dados dos usuários”, diz o executivo. Na visão dele, há diversas motivações para essa transformação na forma como as empresas veem a proteção de dados:
– Confiança do Consumidor: Com preocupações crescentes sobre segurança, consumidores buscam empresas que tratem seus dados de forma responsável e com privacidade.
– Eficiência Operacional: A inclusão da privacidade em decisões diárias permite identificar riscos e evitá-los antes de se tornarem problemas.
– Conformidade e Competitividade: Regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, favorecem organizações preparadas e destacando-as no mercado e protegendo sua reputação.
– Prevenção de Erros Humanos: A maioria das violações ocorre por falhas humanas, reforçando a necessidade de treinamento contínuo.
– Cultura de Privacidade: Programas de treinamento constroem uma cultura organizacional que valoriza segurança e conformidade.