Demanda por seguro Cyber no Brasil cresce 22,8% em comparação ao ano passado

Especialistas avaliam mercado e apontam tendências em relação ao cenário global

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A procura por seguros para proteção digital vem crescendo no Brasil. Segundo levantamento baseado nos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), até setembro deste ano já foram emitidos R$ 130 milhões em prêmio de seguro cyber, 22,8% acima do registrado em 2021, quando o setor alcançou 105,8 milhões.

 

Esse aumento na busca por proteção, conjugado com um período de menor frequência de incidentes severos, tem gerado outro efeito indireto no setor, que é a queda do percentual de sinistralidade. Se no ano passado as seguradoras gastaram R$ 74,5 milhões em indenizações, este ano o montante de sinistros até o momento é de aproximadamente R$ 20 milhões, uma redução de 73,1%.

 

Quando esses dados são comparados a 2020, o crescimento e a evolução deste nicho de mercado ficam ainda mais evidentes. De acordo com a Susep, naquele ano o segmento gerou cerca de R$ 43 milhões de prêmio e teve R$ 32 milhões em sinistros indenizados.

 

“Acreditamos que esse aumento gradativo na procura por seguros Cyber e a consequente queda na sinistralidade se deve a uma maior maturidade do mercado, que percebeu a importância de se investir em proteção do risco cibernético”, avalia Claudio Macedo, co-founder da BLUECYBER.

 

Segundo o especialista, “essa crescente demanda é um fenômeno global, já que atualmente os prêmios de seguro cibernético giram em torno de US$ 9,2 bilhões, mas já existem estimativas que apontam que o setor poderá chegar a US$ 22 bilhões até 2025”.

 

Nos Estados Unidos, por exemplo, um dos mercados mais evoluídos em seguro Cyber no mundo, o número de apólices emitidas duplicou em cinco anos, passando de 2,1 milhões de apólices em 2016, para mais de 4 milhões em 2020. Ainda segundo o levantamento da National Association of Insurance Commissioners, seguradoras domiciliadas naquele país emitiram cerca de US$ 2,75 bilhões em prêmios diretos.

 

Apesar das diferenças econômicas, o Brasil parece seguir essa mesma tendência, já que a expectativa é que o setor movimente R$ 1,7 bilhão até 2025. “Vemos uma procura crescente por produtos e serviços contra crimes e golpes pela internet por famílias, microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas e médias empresas (PMEs) que, até pelo seu tamanho, tem menos condições de se proteger”, revela Eduardo Rocha, outro co-founder da BLUECYBER.

 

Porém, para conseguir massificar a oferta desse ramo de forma mais significativa, o especialista acredita que as seguradoras brasileiras ainda precisam evoluir sua metodologia de avaliação de risco e precificação, fazer um monitoramento de risco ativo para manter uma carteira saudável e com baixas taxas de sinistro, além de conseguirem acessar e atender esse mercado de forma eficiente.

 

“Percebemos que existe um aumento na conscientização sobre riscos e vulnerabilidades cibernéticas, mas ainda há a necessidade de uma maior educação sobre quantificação de riscos e como transferi-los adequadamente. Para isso, desenvolvermos soluções que são economicamente viáveis para estes segmentos de público, sempre trabalhando em parcerias estratégicas com as seguradoras, corretores e resseguradoras”.

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