CyberGym: uma academia para cibersoldados

Em Israel, Centro de Treinamento em Segurança da Informação investe em simulações com ameaças reais para preparar colaboradores a lidar com diferentes cenários de ataques hackers

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Em uma antiga fazenda de laranjas localizada estrategicamente em frente a principal distribuidora de energia elétrica de Israel, é possível encontrar um centro de formação de líderes em Segurança da Informação. As casas rústicas deram espaço a ambientes totalmente tecnológicos capazes de simular os principais ataques cibernéticos da atualidade e treinar equipes que enfrentarão as novas ameaças nas organizações onde atuam. Trata-se da CyberGym, uma academia especializada em cibersegurança.

 

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(Divulgação)

 

Agora chamadas de Arenas, as casas recebem jovens interessados em ingressar na guerra virtual, além de CSOs já experientes interessados em aprender novas estratégias de segurança. Em cada uma delas uma proposta diferente. Separadas por cores, é na Arena vermelha onde estão os hackers. Em frente às telas dos computadores, eles estudam as vítimas (alunos) e escolhem a melhor técnica de ataque a ser utilizada. Em apenas um clique, selecionam as ameaças já responsáveis por grandes fraudes financeiras, vazamento de dados, entre outras, para dar início à atividade. “Todas as ‘armas’ aqui utilizadas são reais, muitas delas disponíveis na dark web a preços acessíveis”, reforça Ofir Hason, CEO e um dos fundadores da CyberGym. Ilustrações de figuras do Star Wars, Pac Man, códigos, entre outras, preenchem as paredes.

 

 

O objetivo dos hackers ali instalados é penetrar os sistemas de defesa da Arena Azul, onde ficam os alunos, a poucos metros de distância. O objetivo de quem está nessa sala é evitar que as tecnologias sejam invadidas. Além de computadores, a sala contém equipamentos de infraestrutura crítica e demais dispositivos, cuja defesa desses aparelhos também é parte do treinamento. “As pessoas não têm a dimensão do que um ciberataque é capaz até que este atinja o mundo físico”, frisa Hason.

 

Em outra sala mais à frente fica a Arena Branca. O objetivo de quem está naquela sala é gerenciar a crise. “Aqui é um local mais destinado a entender as consequências, como dano à reputação e prejuízo financeiro, por exemplo, e trabalhar a forma como devem se posicionar diante de diferentes cenários”, explica.

 

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(Divulgação)

 

A CyberGym é uma joint venture entre a Israel Electric Corporation (IEC) e a CyberControl, consultoria de segurança formada por especialistas da National Information Security Authority. Alguns centros de treinamento já foram instalados na Europa. Segundo Hason, o objetivo é ter academias espalhadas pelo mundo. A previsão é que uma chegue à América Latina em 2018. “Serão feitas pesquisas de mercado para identificar onde há mais demanda, mas há chances de termos uma no Brasil”.

 

* Alexandre Finelli viajou à Tel Aviv a convite do Consulado de Israel no Brasil

 

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