Por Wellington Menegasso*
A América Latina é uma das regiões do mundo mais vulneráveis aos ataques cibernéticos. Segundo a última edição do Índice Global de Cibersegurança, a cada segundo são reportados cerca de 1.600 ciberataques nos países da região.
Os dados são preocupantes e refletem os efeitos da pandemia, que acelerou os processos de automatização na região, mas, ao mesmo tempo, ampliou pontos de vulnerabilidade. Um deles é o fato de que o avanço digital não foi acompanhado pelo fator cibersegurança, colocando em xeque o progresso tecnológico da América Latina.
Neste sentido, as pequenas e médias empresas (PMEs), tão importantes para o crescimento e progresso da região, são algumas das mais vulneráveis quando o assunto é cibersegurança e proteção de dados, uma vez que muitas carecem dos recursos e habilidades específicas que as grandes corporações possuem.
Ainda que nenhum negócio seja impenetrável, existe uma série de simples iniciativas que todas as empresas podem adotar para aumentar a resiliência em seus negócios:
1. Treinamento de funcionários: segundo o Gartner, em 2025 a falha humana será responsável por mais da metade dos incidentes cibernéticos mais relevantes. Por essa razão, é fundamental que as empresas entendam como seus funcionários acessam os dados, a parte do negócio que tem os dados mais valiosos e treinar as equipes constantemente sobre a importância da cibersegurança.
2. Foco nos dados: os dados são criados e acessados de qualquer lugar. Hoje, infraestrutura significa armazenamento de dados, sistemas hiper convergentes, servidores, rede e proteção de dados. Mas, independentemente de como a infraestrutura de TI é consumida, ela deve ser confiável e protegida, realizando backups regulares e com o uso de criptografia de dados.
3. Fortalecimento da resiliência cibernética: de acordo com a pesquisa Dell Global Data Protection Index (GDPI) de 2022, 91% das organizações estão cientes ou planejam implementar uma arquitetura Zero Trust. Com recursos de segurança integrados projetados em hardware, firmware e pontos de verificação de segurança, essa abordagem holística ajuda as organizações a alcançarem arquiteturas Zero Trust para fortalecer a resiliência cibernética.
4. Investimento em modelos de consumo com pagamento por uso: com soluções flexíveis de pagamento como serviço, as pequenas e médias empresas podem contar com fornecedores experientes para enfrentar os desafios tradicionais de proteção de dados, como a construção e o gerenciamento de infraestrutura física.
5. Serviços gerenciados de detecção e resposta (MDR): diante do crescente número de ameaças à segurança, os serviços gerenciados de detecção e resposta devem ser uma solução completa 24 horas por dia, 7 dias por semana. O objetivo é monitorar, detectar, investigar e responder a ameaças em todo o ambiente de TI de uma organização. Se sua empresa consiste em 50 endpoints ou milhares, o MDR melhora a segurança dos negócios e reduz a carga sobre a equipe de TI.
Em um cenário em que o cibercrime representa uma ameaça constante, com a América Latina na mira dos ataques cibernéticos, as empresas, especialmente as PMEs, devem tomar medidas proativas para fortalecer sua resiliência cibernética.
A transformação digital, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades, também expõe vulnerabilidades que precisam ser tratadas estrategicamente. O treinamento de funcionários, a proteção de dados, a adoção de arquiteturas Zero Trust, a exploração de modelos flexíveis de pagamento conforme o uso e a implementação de serviços MDR são pilares fundamentais para combater ameaças e salvaguardar a continuidade das operações.
Além disso, a colaboração entre os setores público e privado, em conjunto com o investimento em soluções de cibersegurança, são essenciais para proteger os ativos digitais e garantir um ambiente de negócios mais seguro e resiliente. Afinal, é isso que torna a região latino-americana alvo de investimentos e foco de inovações disruptivas, capazes de acelerar a recuperação econômica regional.
*Wellington Menegasso é diretor de Vendas de Soluções de Proteção da Dados para o cone sul da América Latina da Dell Technologies