Por Marijus Briedis
Por muito tempo, imaginava-se que a tentativa de ataque cibernético às criptomoedas fosse praticamente impossível. Afinal, a informação viajava pela web em cadeias de blocos (os blockchains), cada um com código matemático e encriptação. Entretanto, não é bem assim.
Os hackers se notabilizam justamente por conseguirem encontrar brechas em diversos sistemas e soluções. Apenas em 2020, dados da plataforma Slowmist Hacked, que contabiliza ataques a projetos vinculados a blockchain, calculam uma perda de US$ 3 bilhões em carteiras digitais por conta desses ataques. Por isso, é preciso buscar alternativas para melhorar a segurança de seus ativos digitais. Confira:
1 – Proteja sua navegação
Toda a movimentação referente às criptomoedas acontece total ou parcialmente pela internet, seja para transferir as moedas digitais ou simplesmente armazená-las. Assim, o primeiro passo é proteger a navegação de seus dispositivos, dificultando a ação de cibercriminosos e a identificação de dados de acesso à wallet. A melhor alternativa nesse caso é adquirir um serviço de VPN, que consegue encriptar o tráfego e garantir que as informações naveguem com privacidade e segurança, além de estender a proteção aos demais equipamentos e sistemas operacionais que eventualmente são utilizados para esse fim.
2 – Utilize várias camadas de segurança
Toda transação de criptomoeda envolve um processo de autenticação. Por meio dele, é possível ver se é o usuário certo que está acessando a informação e/ou a quantia naquela corrente de blocos. As principais exchanges digitais oferecem diversos procedimentos de segurança para evitar riscos de ataques a transações. Mas o próprio usuário pode criar seus métodos, colocando senhas para autorizar cada movimentação em sua rede e sistema operacional – dificultando ainda mais a vida de quem tenta acessar remotamente.
3 – Escolha uma exchange digital adequada
O segundo tópico automaticamente leva ao terceiro: a necessidade de encontrar uma exchange digital que seja confiável e capaz de proteger todos os ativos. Seu funcionamento é bastante similar à bolsa de valores: são nelas que as pessoas negociam suas moedas digitais – portanto, o volume financeiro é gigantesco. Antes de negociar, recomenda-se observar as regras e boas práticas de segurança, a tecnologia utilizada e até se houve algum incidente de vazamento de informações e/ou roubos cibernéticos. É uma medida simples que evita dores de cabeça no futuro.
4 – Tenha cuidado com as wallets
Da mesma forma que existe algo simular com a bolsa de valores no universo das criptomoedas, é preciso ter uma conta para conseguir negociar no ambiente virtual. No caso, são as wallets. Elas servem para armazenar e transferir as moedas digitais. Além de escolher serviços de empresas sérias, é preciso ficar atento às características. Afinal, existe a hot wallet, que atua de forma on-line, e a cold wallet, que é off-line. A primeira é indicada para transações, mas é mais visada por cibercriminosos; a segunda é destinada a armazenamento, mas pode ser comprometida por falhas de segurança no dispositivo. Portanto, ambas têm peculiaridades de segurança que precisam ser levadas em consideração pelo usuário.
5 – Faça cópias sempre que possível
Não importa a função, o setor ou a necessidade. Quando o assunto é proteção digital, o bom e velho backup segue como excelente alternativa para mitigar prejuízos causados pelos ataques cibernéticos. No caso das moedas digitais, ele possibilita que o usuário tenha cópias de suas informações/valores inseridas na wallet. Não há um prazo recomendado, mas o ideal é que seja uma prática rotineira e frequente, até mesmo com a impressão física das chaves de autenticação e acesso no caso de perda do arquivo virtual.
*Marijus Briedis, CTO da NordSecurity