Como os meios de pagamentos inovam a SI?

Especialistas do setor bancário presentes no CIAB afirmam que tecnologias contactless e biométricas, assim como soluções de Big Data, Analytics e Behavior, serão fundamentais para conciliar inovação, segurança e experiência do usuário durante transações digitais

Compartilhar:

Por Alexandre Finelli

“Nossa missão é que os modelos de pagamentos sejam o mais indolor possível. O objetivo é proteger a transação do início ao fim, de modo que traga segurança ao usuário e nenhuma perda para as instituições financeiras”. A afirmação do Márcio Reis, superintendente de Proteção à Fraude no Banco Santander Brasil, durante o CIAB, mostra bem os atuais desafios enfrentados pelo setor atualmente. Na opinião do executivo, a inovação no recente processo de compra online é fundamental para assegurar a operação sem interferir na experiência do usuário. “Infelizmente, muitas vezes, inovação e segurança caminham em direções opostas”, assume.

Nesse sentido, as instituições têm se empenhado bastante em propor medidas visando ligar os dois pontos. Reis destaca que será cada vez maior o uso de tecnologias e soluções contactless. “Ainda é uma tecnologia pouco utilizada, mas que deve crescer consideravelmente daqui para frente, assim como os pagamentos via NFC, visando mais proteção e praticidade para o cliente”, explica.

A biometria, já usada em larga proporção em ATMs, deve ganhar novos recursos e crescer em maior escala. Por isso, ele mesmo questiona se, com a combinação entre smartphone e biometria, poderíamos estar próximos do fim do cartão de plástico tradicional. “Embora seja possível, talvez observaremos apenas a uma mudança de prioridade”, observa Reis.

Na visão de Adriano Volpini, diretor setorial de Prevenção à Fraude da FEBRABAN e diretor de Segurança Corporativa do Itaú-Unibanco, o uso de big data, analytics e soluções de behavior devem compor ainda mais a estratégia dos profissionais de segurança. “Elas já são bastante úteis atualmente, mas serão fundamentais no futuro, assim como o tratamento de ameaças em tempo real”, explica.

Um ponto positivo com a digitalização, segundo Volpini, é que os “bancos chegam às casas dos clientes”, fazendo com que eles utilizem tecnologias fornecidas pelas próprias instituições e mais preparadas para proteger as transações.

Os credenciadores também assumem papel importante nesse processo. “Cabe a nós oferecer equipamentos preparados e certificados para propor maior segurança aos lojistas”, explicou Marcelo Haidar, diretor de Prevenção e Segurança da Cielo. Além disso, as organizações ainda oferecem serviços de consultoria e auditorias.

Apesar dos avanços, fica claro que o setor ainda batalha para atender às demandas digitais. Para Haidar, a melhor forma de avançar é inserir segurança no desenvolvimento inicial dos produtos. Já na opinião de Volpini, a inovação precisa ter um propósito claro. “Você precisa solucionar um problema do cliente e não inovar por inovar”, afirma. “A revolução digital exige a quebra do paradigma que o processo de segurança inibe a experiência do usuário”, finaliza Reis.

Conteúdos Relacionados

Security Report | Destaques

APIs e Aplicações: o calcanhar de Aquiles da segurança digital?

Durante Painel de Debates Online Organizado pela TVSecurity, executivos da Brookfield, Grupo Moura, Imperva, e Nec Brasil abordaram os desafios...
Security Report | Destaques

Para combater os desafios da IA, só com uso correto da própria IA

Durante painel de debates transmitido pela TVSecurity, Líderes do Tribunal de Justiça da Bahia, Embratur, Nec Brasil e Skyhigh Security...
Security Report | Destaques

Gartner afirma que IA deverá reduzir gap de talentos em Cyber até 2028

A consultoria apresentou hoje sua lista de previsões para a Segurança da Informação nos próximos anos, e segundo ela, a...
Security Report | Destaques

Black Friday 2024: Governo e sociedade civil se mobilizam para proteger usuário de fraudes

Estudos recentes indicam que a data de promoções deste ano deverá atingir um novo recorde de transações, o que pode...