A era digital trouxe avanços e desafios, com organizações enfrentando superfícies de ataque ampliadas devido ao aumento do uso de tecnologias e dados. Nesse contexto, uma constatação central emerge: nenhuma entidade pode combater o cibercrime sozinha. Essa foi a premissa discutida em um levantamento recente do Fórum Econômico Mundial, o relatório do Cybercrime Atlas 2024, que reforça como a parceria entre empresas e governos pode desarticular redes criminosas e fortalecer a Cibersegurança mundial.
Com objetivo de fornecer às empresas, às agências de aplicação da lei e aos governos informações práticas para desmantelar ações maliciosas, o Fórum Econômico Mundial lançou esse projeto colaborativo, que oferece um banco de dados global sobre cibercrime, detalhando operações criminosas e atividades ilícitas.
O Cybercrime Atlas reúne 23 organizações privadas, além de especialistas globais em investigação e inteligência. Essa rede colabora para a troca de informações e para a criação de ações coordenadas contra ameaças cibernéticas. Entre os resultados, destacam-se a produção de sete pacotes de inteligência em 2024 e a aplicação de dados para desarticular atividades cibercriminosas em várias frentes.
A colaboração público-privada, segundo o relatório, é essencial para mudar o jogo. Empresas como Microsoft, Fortinet e PayPal, que participam da iniciativa, mostram que o setor privado pode ir além da proteção de suas próprias operações. A expertise acumulada em soluções tecnológicas e investigações de Segurança Cibernética pode ser compartilhada com o setor público para fortalecer ações contra o cibercrime.
Quebrar barreiras
No entanto, o relatório ressalta que ainda há desafios. Enquanto criminosos trabalham de forma global, autoridades e empresas muitas vezes enfrentam barreiras de jurisdição e falta de comunicação. Para superar essas limitações, é necessário fomentar a confiança e a interoperabilidade entre os setores envolvidos.
O estudo também destaca que a colaboração começa internamente. Empresas precisam fortalecer suas práticas de segurança, promover conscientização sobre Cibersegurança entre os funcionários e diminuir lacunas de conhecimento técnico. Ao consolidar essas bases, elas estarão mais preparadas para contribuir em esforços coletivos maiores.
A participação do setor público também é fundamental. O relatório menciona que órgãos como a INTERPOL estão explorando novas formas de colaboração com a iniciativa, o que pode abrir caminhos para políticas públicas mais efetivas contra o cibercrime.
Um futuro mais seguro
Para os próximos meses, o Cybercrime Atlas planeja expandir suas pesquisas e desenvolver políticas públicas baseadas em evidências, com lançamento previsto para 2025. Esse esforço busca integrar ainda mais a colaboração público-privada, fortalecer a confiança entre as partes e estabelecer um modelo sustentável para combater o cibercrime global.
O relatório conclui que a luta contra ataques cibernéticos não é responsabilidade exclusiva de governos ou empresas, mas de uma rede integrada de atores comprometidos com um objetivo comum: tornar o ambiente digital mais seguro para todos.