As empresas de tecnologia precisam acelerar troca de informações para proteger os usuários de olhos curiosos, disse um executivo de uma firma de programas de segurança nesta quarta-feira, um dia depois do site WikiLeaks divulgar uma série de documentos que detalham a capacidade da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) para invadir todos os tipos de aparelhos eletrônicos.
Dezenas de companhias correram para conter os danos de possíveis debilidades de segurança após as revelações do WikiLeaks, embora algumas tenham dito precisar de informações mais detalhadas sobre o que a agência norte-americana está fazendo antes de poderem frustrar ataques suspeitos.
Sinan Eren, vice-presidente da produtora de software antivírus tcheca Avast, pediu que os desenvolvedores de software para os sistemas operacionais da Apple e do Google concedam às firmas de segurança acesso privilegiado a seus dispositivos para a criação de soluções imediatas para as falhas.
“Podemos evitar ataques em tempo real se nos derem os ganchos de acesso ao sistema operacional”, disse Eren em uma entrevista por telefone do Vale do Silício, onde trabalha. “Se pudermos inserir uma mudança de paradigma graças à qual as plataformas móveis não impeçam o acesso, será melhor para detectarmos quando hackers estão se escondendo em um celular”, explicou.
A Avast, que tem mais de 400 milhões de usuários de seu software antivírus no mundo, foi citada nos documentos do WikiLeaks como um dos fornecedores de segurança visados pela CIA em um documento classificado como “secreto”, mas sem maiores detalhes.
Os vazamentos – que o WikiLeaks descreveu como os maiores da história da CIA – têm detalhes técnicos suficientes para os especialistas e fornecedores de segurança admitirem que existem brechas generalizadas, mas informaram poucas informações necessárias para soluções rápidas para as brechas.
A Reuters não conseguiu verificar a validade dos documentos publicados pelo WikiLeaks, mas vários prestadores de serviço e especialistas privados de cibersegurança disseram que o material parece ser legítimo. Além disso, autoridades das áreas de espionagem e policiais dos EUA disseram nesta quarta-feia que estão cientes desde o final do ano passado sobre as falhas de segurança exploradas pela CIA e reveladas pelo WikiLeaks.
Os 8.761 documentos vazados listam uma vasta gama de ataques de segurança a smartphones com sistemas da Apple e do Google Android e ainda aos maiores sistemas operacionais para computadores – Windows, Linux e Apple Mac – e a seis dos principais navegadores de Internet.
*Com informações da agência de notícias Reuters.