Cibercrime financeiro será impulsionado por bets e “PIX Laranja”, alerta estudo

Modelos treinados com base nas próprias transações de cada cliente e soluções para segmentos não bancários estão entre as tendências para detecção e prevenção de fraudes no próximo ano

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O fortalecimento das redes globais de criminosos que se estruturam cada vez mais como máfia; a crescente sofisticação dos esquemas de fraude financeira no Brasil, evidenciada pelo aumento significativo de golpes envolvendo o PIX; e as fraudes internas praticadas por colaboradores para investir no mercado de apostas, principalmente nas plataformas esportivas conhecidas como Bets, são algumas das tendências que retratam um cenário desafiador para o setor brasileiro de cibersegurança em 2025.

 

Elaborada pela Lynx Tech, a análise destaca que 2025 vai exigir uma abordagem proativa e inovadora por parte de organizações que lidam com transações financeiras e dados de clientes. “Isso envolve soluções que entreguem análises imediatas, em tempo real e confiáveis para decisão sem alto custo e complicações operacionais”, explica Rogério Freitas, diretor-geral da Lynx Tech para o Brasil. “No lugar de ferramentas complexas, as empresas vão priorizar soluções baseadas em modelos previamente treinados, criados a partir das transações específicas de cada instituição, que analisam quaisquer tipos de transações em tempo real, identificando padrões fraudulentos anômalos com alta precisão.”

 

A seguir, algumas das principais tendências apontadas pela Lynx Tech em fraudes, tecnologias para análise e mitigação de risco e movimentos do setor que devem ganhar força em 2025:

 

PIX Laranja: de janeiro a julho deste ano, o Banco Central (BC) devolveu R$ 284 milhões desviados em transações fraudulentas. Parte desse problema, o “PIX laranja” – em que o fraudador recebe o pagamento e distribui o valor para outras contas, retirando todo o dinheiro da instituição financeira e impossibilitando a identificação de sua origem pelo caminho reverso – tende a crescer e vai exigir esforços de conscientização dos usuários sobre o uso de seus próprios dados. De acordo com as novas regras do BC, instituições financeiras devem investir em gerenciamento e prevenção de fraudes e orientar o público sobre boas práticas de segurança.

 

Multicanalidade: percebe-se uma clara tendência de centralização de múltiplos canais transacionais, criando uma visão unificada da jornada transacional do cliente. Essa abordagem permite uma análise mais eficaz do comportamento e facilita a detecção de inconsistências ou comportamentos não usuais, fortalecendo tanto a segurança quanto a confiança na instituição.

 

Bets: o mercado de apostas online no Brasil, dominado pelas plataformas esportivas conhecidas como Bets, além das fraudes usuais, vem alimentando as fraudes internas, como os desvios de recursos de empresas por colaboradores que se apropriam dos valores para investir em apostas. Diante de uma regulamentação sem regras claras, fiscalização inadequada e estratégias defasadas de cibersegurança adotadas pelas instituições financeiras e corporações, as Bets devem se consolidar com um desafio importante para o setor financeiro em 2025.

 

Upstream Mode: permite que soluções de análise de fraudes operem em paralelo aos sistemas existentes, comparando resultados e aprimorando os métodos de detecção sem interrupções no ambiente produtivo. Segundo a Lynx Tech, o Upstream Mode facilita uma nova implementação, trabalhando em conjunto com a solução existente, permitindo que as empresas validem o desempenho das soluções atuais e escolham o melhor escore.

 

Experiência positiva: outro ponto crucial para as instituições financeiras é garantir o equilíbrio entre prevenção à fraude e uma experiência positiva para o cliente. Reduzir a fricção para transações genuínas é fundamental para garantir a fidelização, ressalta a análise da Lynx Tech, que cita como exemplo sistemas capazes de reconhecer padrões regulares de compra, evitando a necessidade de autenticações adicionais desnecessárias.

 

Segurança para além dos bancos: a expansão da análise e prevenção de crimes financeiros para além dos bancos, fintechs e empresas de meios de pagamento é outro movimento que deve ser mais observado diante da diversificação dos mercados-alvo por parte dos agentes de ameaça.

 

“Veremos cada vez mais setores como varejo, saúde e plataformas de serviços por aplicativo adotando soluções de análise, uma vez que a fraude não é mais uma preocupação exclusiva do sistema bancário, mas um problema global que afeta todos os negócios que operam grandes volumes de transações”, conclui Rogério.

 

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